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Uma equipe internacional de neurocientistas desenvolveu uma poderosa técnica que permite revelar as intenções de uma pessoa através do mapeamento do seu cérebro, informa a edição desta sexta-feira do jornal "Guardian". Com a ajuda de um 'scanner' de alta resolução, os cientistas afirmam ser capazes de identificar determinadas alterações na atividade cerebral de um indivíduo, que indicam como ele planeja agir no futuro.

A técnica polêmica, que levanta uma série de questões éticas, foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Ciências Cerebrais e Cognitivas Max Planck, na Alemanha, em colaboração com colegas das universidades de Londres, na Grã-Bretanha, e de Oxford, nos EUA.

"Usando o 'scanner', conseguimos rastrear o cérebro em busca de informações e acabamos encontrando algo que, de fora, nós jamais poderíamos saber. É como acender uma tocha à procura de inscrições numa parede", disse ao jornal o pesquisador John Dylan Haynes, do Instituto Max Planck, um dos autores do experimento.

Para atingir o objetivo, os neurologistas se basearam em uma série de estudos prévios, nos quais imagens do cérebro haviam sido usadas para detectar alterações associadas à mentira, ao preconceito racial e à agressividade. Por fim, foi possível identificar padrões de atividade cerebral que puderam ser traduzidos em pensamentos coerentes.

Os cientistas pediram a um grupo de voluntários que decidissem se preferiam somar ou subtrair uma série de números que lhes seriam posteriormente apresentados. Antes que as cifras lhes fossem mostradas, os seus cérebros eram escaneados usando uma técnica especial de resonância magnética. Os dados eram depois analisados por um software desenhado especificamente para detectar sutís diferenças de atividade cerebral.

Observando que a região do cortex pré-frontal sofria alterações de acordo com a opção escolhida, os cientistas conseguiram prever corretamente as intenções dos candidatos em 70% dos casos.

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores sabem que o estudo envolve polêmica e estão dispostos a debater as possíveis implicações da técnica.

"Estão surgindo novas técnicas e necessitamos de um debate ético sobre as suas implicações", sugeriu John Dylan Haynes.

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