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Está sentindo muito frio com a queda nas temperaturas? Pois cientistas descobriram exatamente que parte do seu sistema nervoso é responsável por essa sensação. E mais: com a engenharia genética conseguiram fazer camundongos imunes às baixas temperaturas. A descoberta não apenas ajuda a entender melhor como o nosso cérebro responde a estímulos intensos como também pode render melhores tratamentos para quem sofre de problemas como dor crônica e inflamações.

A área que controla nossa capacidade de sentir frio se chama "receptor mentol TRPM8" e está presente nas células do nosso sistema nervoso periférico. Ela foi identificada há cinco anos, quando o mesmo grupo de cientistas descobriu que ele respondia a agentes "resfriantes", como o mentol. Nesse estudo de 2002 o grupo já dizia que o receptor poderia responder ao frio - mas foi questionado por trabalhos de outros cientistas. Agora, comprova sua teoria.

A equipe liderada por David Julius, da Universidade da Califórnia em São Francisco, criou camundongos em laboratório sem o gene que controla esse receptor. Sem ele, os animais deixaram de conseguir diferenciar superfícies frias de quentes.

A insensibilidade ao frio, no entanto, não foi total. As cobaias não sentiam a temperatura até ela cair para extremos. Superfícies a menos de 10ºC ainda eram evitadas – mas com bem menos freqüência do que os camundongos normais.

"Agora nós precisamos entender exatamente como a célula detecta a temperatura. Nós sabemos que o receptor responde ao frio, mas não sabemos como ele detecta esse frio", afirmou Julius ao G1. "Além disso, precisamos descobrir da onde vêm essa sensação residual" diz ele.

A meta do laboratório do cientista é entender como o corpo responde à dor. Em trabalhos anteriores, o grupo já tinha descoberto, por exemplo, que um receptor responsável pela sensação que temos quando comemos pimenta era o mesmo que enviava sinais de dor quando somos expostos a temperaturas muito altas.

"Entender como o corpo responde à temperatura nos ensina como ele responde a estímulos intensos. Isso pode nos ajudar a encontrar alvos mais eficazes para terapias contra dores intensas, crônicas e inflamações", afirma ele.

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