Uma equipe de cientistas da Austrália registrou em uma área de 25 quilômetros 21 tipos de pegadas de dinossauros - algumas delas, com cerca de 1,70 metro, são as maiores já localizadas no mundo. A descoberta, sem precedentes, foi feita em rochas de 127 milhões a 140 milhões de anos de idade, na região da Península Dampier, local do litoral oeste do país que já havia sido apelidado pelos cientistas de “Jurassic Park da Austrália”.
Os cientistas, das Universidades de Queensland e Cook, ambas da Austrália, tiveram de enfrentar tubarões, crocodilos, marés desfavoráveis e até empreendimentos de infraestrutura para desvendar o mais diverso conjunto de rastros de dinossauros. Segundo o principal autor do estudo, Steve Salisbury, a diversidade dos rastros na região é sem paralelo no mundo. “É extremamente significativo, já que formam o primeiro registro de dinossauros não aviários na metade ocidental do continente, o que nos fornece um olhar de relance da fauna desses animais na Austrália na primeira metade do período Cretáceo”, explicou o pesquisador.
Em 2008, o governo do Oeste Australiano selecionou o local como sítio prioritário para instalação de uma planta de processamento de gás natural de cerca de US$ 30 bilhões. A população tradicional do local, da etnia Goolarabooloo, entrou em contato com Salisbury para avaliar o sítio. Com sua equipe, o cientista realizou 400 horas de pesquisa de campo, documentando rastros de dinossauros. “Precisávamos que o mundo visse o que estava em jogo”, disse o advogado dos Goolarabooloo, Phillip Roe, de acordo com informações divulgadas pela Universidade de Queensland.
Segundo Roe, as trilhas de dinossauros, que se estendem por 400 quilômetros a partir da costa da península, marcam o caminho de Marala, um espírito criador da mitologia Goolarabooloo. “Marala era o legislador. Ele deu ao país as regras que precisamos seguir, como nos comportar e como manter as coisas em equilíbrio.”
Salisbury afirmou que a disputa política sobre o projeto foi “especialmente intensa” e ficou aliviado quando o órgão governamental responsável incluiu a área na lista de Patrimônio Nacional, em 2011. O projeto de mineração entrou em colapso em 2013.
Variedade
De acordo com o pesquisador, existem milhares de rastros na área. “Do total, há 150 que podem ser seguramente classificadas em 21 tipos específicos de pegadas, representando quatro grandes grupos de dinossauros”, explicou Salisbury.
Salisbury relatou que há cinco diferentes tipos de pegadas de predadores, pelo menos seis de rastros de saurópodes (os herbívoros de pescoço longo), quatro de rastros de ornitópodes (que são herbívoros bípedes) e seis de encouraçados. “Entre as pegadas, encontramos a única evidência confirmada até hoje da presença de estegossauros na Austrália.”
O cientista contou também que a maior parte dos fósseis de dinossauros encontrados na Austrália está na parte oriental do continente - e estima-se que tenha de 115 milhões a 90 milhões de anos. “Essas pegadas que encontramos agora são consideravelmente mais antigas”, declarou. O estudo foi publicado no Memorial da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados de 2016. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Lula arranca uma surpreendente concessão dos militares
Polêmicas com Janja vão além do constrangimento e viram problema real para o governo
Cid Gomes vê “acúmulo de poder” no PT do Ceará e sinaliza racha com governador
Lista de indiciados da PF: Bolsonaro e Braga Netto nas mãos de Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
Deixe sua opinião