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Washigton - Pela primeira vez, astrônomos conseguiram colher informações sobre a atmosfera de um planeta fora do Sistema Solar que entra na categoria das chamadas super-Terras. É o mais perto que conseguimos chegar até agora de analisar o ar de um análogo de nosso mundo.

Astros dessa classe não têm correspondente nas redondezas do Sol. Por aqui, há basicamente dois tipos de planeta: os rochosos (Mercúrio, Vênus, Terra e Mar­­­­te) e os gigantes gasosos (Jú­­piter, Saturno, Urano e Netuno). Os pri­­meiros são pequeninos, e os se­­gundos, enormes.

Já as super-Terras parecem es­­tar no meio do caminho entre uma categoria e outra, com mas­­sa duas a dez vezes a terrestre. Mas, como nunca vimos nada parecido na vizinhança, é difícil dizer como são esses mundos – e se podem ser habitados.

Um passo-chave para determinar isso é analisar a atmosfera. Isso se torna possível quando tais planetas estão alinhados de tal modo que periodicamente passam à frente de suas estrelas.

Nessas ocasiões, parte da luz emanada dela passa de raspão pela camada de ar que recobre aquele mundo e chega até nós car­­regando uma "assinatura" do que encontrou pelo caminho.

As observações de Jacob Bean, do Centro Harvard-Smith­­so­­nia­­no para Astrofísica (EUA), referem-se ao planeta GJ 1214b. Ele orbita uma anã vermelha (estrela menor que o Sol) a cerca de 42 anos-luz, e completa uma volta a cada dia e meio terrestre.

Conclusão

Os cientistas fizeram observações no Chile, e concluíram... bem, não concluíram o que esse mundo deve ser, mas sim o que ele não é. Resumo da ópera: ainda sabemos muito pouco sobre esse mun­­do em particular e menos ainda sobre super-Terras em geral.

Mas isso pode mudar rapidamente. Dada a proximidade com sua estrela, é quase certo que seja quente demais para ser habitável. É certo que a atmosfera de GJ 1214b não pode possuir grandes quantidades de hidrogênio e ao mes­­mo tempo ser livre de nu­­vens. Os dados sugerem a hi­­pótese de que a atmosfera do planeta é dominada por va­­por d’água. O estudo está na última edição da revista ci­­en­­tí­­fica "Nature".

O Telescópio Espacial Ja­­mes Webb, o sucessor do Hub­­ble, será capaz de determinar com muito mais precisão a composição do ar desse mundo. O duro é esperar: a Na­­sa estima que seu lançamento ocorra só em 2015.

Os pesquisadores acreditam que os resultados poderão dar mais pistas sobre se es­­tamos fa­­lando de uma at­­mos­­fera com uma densa ca­­mada de nuvens ou não.

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