Paris tomada por uma névoa de poluição: um dos efeitos da concentração de CO2 na atmosfera.| Foto: Philippe Woiazer/Reuters

Durante a reunião europeia de geociência realizada em Viena, cientistas americanos apresentaram uma proposta que visa conter o escape de CO2 na atmosfera. A ideia é aproveitá-lo para gerar energia limpa, já que o dióxido de carbono é um dos responsáveis pela mudança climática.

CARREGANDO :)

A ideia desenvolve a já existente técnica de captura de dióxido de carbono emitido por usinas termoelétricas, na qual o gás é injetado a grandes profundezas em açudes naturais, onde fica preso pela rocha impermeável que o cobre.

Agora, um grupo de cientistas propõe que o gás não seja somente armazenado, mas também aproveitado para produzir energia.

Publicidade

3 em 1

A tecnologia alcançaria um triplo objetivo: combater a mudança climática, produzir energia e economizar água. Embora a técnica ainda esteja em fase de desenvolvimento, cientistas confiam que o incentivo econômico que a envolve ajude a assegurar o financiamento.

A temperatura, que cresce com a profundidade, faz com que o gás fique muito fluido e possa ser usado para transportar à superfície, através de poços verticais, o calor e a pressão que serviriam para movimentar turbinas de produção de eletricidade. Isso substituiria a água utilizada hoje em dia nas usinas geotérmicas.

“Gosto de pensar que é uma energia renovável que usa energia fóssil como matéria-prima”, explicou Jeffrey Bielicki, professor da Universidade Estadual de Ohio e um dos desenvolvedores de uma ideia da qual se fala há tempos nos EUA.

O gás esfria e volta a ser injetado no subsolo, onde é pressionado para baixo, para depois se aquecer e voltar a subir. Dessa forma, é criado um “circuito fechado”, no qual o dióxido de carbono não só não escapa na atmosfera, mas é aproveitado para produzir eletricidade, detalhou Bielicki.

“Os combustíveis fósseis não vão desaparecer”, opinou o cientista, ao lembrar que essas fontes de energia são muito abundantes e permitem produzir energia que, se não forem considerados os danos ambientais, é barata.

Publicidade

“Se não vão desaparecer, o que tentamos fazer é nos preocupar com alguns efeitos colaterais”, considerou.