Pesquisadores confirmaram nesta quinta-feira (02) a existência de uma câmara secreta dentro da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito. E o que mais chama a atenção é que a descoberta foi feita a partir da incidência de raios cósmicos sobre a estrutura milenar, o que ajudou os cientistas a analisar o interior da construção sem precisar pôr em risco a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo restante.
Esses raios consistem basicamente em núcleos de hidrogênio que chegam em altíssima velocidade do espaço à Terra, mas que terminam sua jornada interestelar com uma colisão com a nossa atmosfera, se dividindo em uma chuva de pequenas partículas eletricamente carregadas — chamadas de múons. Embora venham do espaço, são inofensivas e são constantemente bombardeadas sobre nós sem que nos demos conta disso.
No entanto, mesmo de difícil detecção, os pesquisadores conseguiram analisar a trajetória dessas partículas para estudar o interior de estruturas impenetráveis, mais ou menos como um Raio-X faz com um osso fraturado. Ao monitorar essa chuva cósmica, uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu provar que realmente há um espaço escondido dentro da estrutura de 4.500 anos de idade.
Segundo o estudo, a cavidade está acima e em um tamanho muito parecido com a Grande Galeria, uma passagem já conhecida no interior da pirâmide que leva à Câmara do Rei.
A pesquisa faz parte de um programa organizado pela Universidade do Cairo com o grupo francês HIP Institute e o apoio do Ministério de Antiguidades do governo egípcio. Conforme publicado na revista científica Nature, os cientistas usaram três tipos de detectores de múons para poder examinar a Grande Pirâmide.
Para isso, eles levaram em conta o fato de que as pedras absorvem a energia dos múons de uma forma diferente do que o ar, ou seja, alterando a sua trajetória. “Quando procuramos por um espaço em uma localidade, o que você busca é por um excesso de múons naquela direção”, explica Arturo Menchaca-Rocha, físico da Universidade do México que, embora não tenha participado da descoberta egípcia, usou a mesma técnica para provar a existência de uma câmara parecida em uma pirâmide mesoamericana. “O monitoramento de múons é o que ajuda a localizada e a visualizar a forma desse espaço”.
Novos mistérios
Mesmo com a descoberta anunciada nesta quinta-feira (02), ainda restam algumas dúvidas em relação à Grande Pirâmide do Egito. Apesar da confirmação de que o espaço realmente existem, os pesquisadores ainda sabem pouco sobe suas dimensões. A detecção de múons é capaz apenas de apresentar apenas uma visão geral da câmara, mas sem determinar se ela é horizontal ou paralela à Grande Galeria. Isso significa que pode ser uma única sala ou uma série de outras câmaras menores — o que significa que há muito mais a ser descoberto.
Além disso, como nenhum dos cientistas evolvidos é especialista em egiptologia, eles seguem relutantes em especular a natureza desse espaço recém-encontrado. Eles também não informaram se há planos de explorar a novidade para ver o que a pirâmide ainda esconde.
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