Na última sexta-feira (20), uma série de ataques a mesquitas no Iêmen deixou mais de 150 mortos e elevou a tensão no país. O Iêmen está mergulhado em uma crise política desde janeiro, quando militantes houthis tomaram o controle de parte do território. Veja a seguir cinco pontos para entender melhor a crise.
Até 1990, o Iêmen era um território dividido. Havia a República Árabe do Iêmen, ou Iêmen do Norte, e a República Democrática Popular do Iêmen, o Iêmen do Sul, de regime socialista. Apesar da divisão, as duas repúblicas mantinham uma relação amistosa, que resultou na unificação, assinada em 22 de maio de 1990. No entanto, movimentos separatistas ainda defendem a independência do sul.
Os houthis, que tomaram o controle de parte do país, são um grupo rebelde xiita apoiado pelo Irã que se diz discriminado pelo governo e busca o poder. O nome do grupo faz referência a Hussein Badreddin al-Houthi, morto em 2004, durante enfrentamentos na busca por maior autonomia para a região de Saada. O governo acusa-os de tentar desestabilizar o país e instituir uma lei religiosa xiita.
Em fevereiro de 2011, na esteira da Primavera Árabe, teve início uma onda de manifestações pela saída do então presidente Ali Abdullah Saleh, no poder desde a unificação em 1990. Os protestos evoluíram para uma revolta armada, apoiada pelos houthis, que teve como episódio marcante o atentado ao Palácio Presidencial, que deixou Saleh e outros sete oficiais feridos. Em janeiro de 2012, após conflitos que deixaram centenas de mortos, Saleh deixou o cargo.
O Iêmen é um dos principais redutos da Al-Qaeda, organização terrorista que era comandada por Osama Bin Laden. Em 2010 o governo iemenita intensificou as operações de combate ao grupo, com o apoio dos Estados Unidos. Os ataques do Estado Islâmico a mesquitas (foto) na semana passada foram vistos como um desafio à Al-Qaeda, com o objetivo de conquistar uma parcela da população descontente.
No poder desde 2012, após a revolução, o presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi (foto) renunciou ao cargo em janeiro, diante da investida dos houthis na capital Sanaa. Em 21 de fevereiro, no entanto, ele retirou a renúncia após fugir da capital. Antes disso, os houthis haviam decidido dissolver o parlamento e formar um conselho presidencial para governar o país interinamente por dois anos.
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