Nesta quinta-feira (7), os britânicos vão às urnas para eleger seu novo Parlamento – em um sistema eleitoral bastante diferente do brasileiro. Novamente, a expectativa é que se forme um governo de coalizão, já que nem um dos dois principais partidos deve conquistar a maioria absoluta do Parlamento.
Entenda como Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte irão escolher seus novos representantes:
A rainha é quem manda?
Apesar de a Rainha Elizabeth II ser soberana, esse é um título muito mais cerimonial. Quem manda de verdade são os parlamentares, capitaneados pelo primeiro-ministro. São 650 cadeiras que representam cada distrito eleitoral da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte (estados que compõem o Reino Unido).
Quem vence?
Se algum partido obtiver a maioria das cadeiras no Parlamento (ou seja, mais de 326 assentos), ele tem a governabilidade garantida e seu líder é o novo primeiro-ministro. Na história britânica, isso é o mais comum. Não foi, no entanto, o que aconteceu nas últimas eleições e nem o que tende a acontecer agora.
Em 2010, ninguém obteve a maioria no Parlamento e, para assumir o governo com boa base, fundamental para as aprovações necessárias, o Partido Conservador (que teve mais eleitos), fez uma coalizão com o Partido Liberal Democrata. Assim, o grupo de David Cameron assumiu o poder.
Nada impede, no entanto, que o partido com mais eleitos assuma sem o apoio de uma outra bancada -- na prática, a governabilidade se torna pouco viável.
Quem elege o primeiro-ministro?
Ele é o líder do partido com a maioria no Parlamento. Mas, um detalhe: ele também é deputado e precisa ter sido eleito em seu distrito para assumir o cargo.
Quem está no jogo nesta eleição?
As eleições britânicas sempre foram polarizadas. O Partido Conservador, liderado pelo atual primeiro-ministro Cameron, e o Partido Trabalhista, do oposicionista Ed Miliband, são os protagonistas da batalha.
Nos últimos anos, porém, novos grupos ganharam força: como o Partido Nacional Escocês (que ganhou força com o plebiscito para a separação da Escócia) e o Partido da Independência (Ukip – que quer o Reino Unido fora da União Europeia).
Como a disputa está acirrada e nem conservadores, nem trabalhistas devam ter maioria absoluta no Parlamento, é provável que tentem formar coalizão com os partidos menores para assumir o governo.
Quem vota?
O voto britânico é facultativo. Além disso, eles podem votar pelo correio ou até mesmo elaborar procurações para que outros votem em seu lugar (medida voltada para os deficientes físicos).