Ouvir e detectar mentiras é um dos desafios diários de qualquer pessoa. E para algumas categorias profissionais é trabalho, caso de policiais de imigração que atuam nos aeroportos. Foi exatamente pensando nisso que o professor Thomas Omerod, da Universidade de Sussex, na Inglaterra, desenvolveu uma nova técnica para detecção de mentiras.
Ao invés da costumeira leitura de sinais corporais, ele recorreu à conversa. E a treinar oficiais de segurança para, em um bate-papo direcionado, fazer o mentiroso tropeçar na própria farsa até se entregar. A técnica foi testada com sucesso nos aeroportos europeus. Seus agentes tiveram acerto superior a 80% na tentativa de descobrir um imigrante mentiroso em um grupos de mil viajantes.
Veja os pontos centrais da técnica desenvolvida por Omerod, que podem perfeitamente ser transplantadas para o nosso dia a dia:
Isso força o mentiroso a expandir sua história até se embolar na própria rede de mentiras.
A ordem é aumentar a “carga cognitiva” do mentiroso com perguntas inesperadas - assuntos que não tenham relação com o tema da conversa ou que se prenda a detalhes aparentemente irrelevantes.
Faça ele (ou ela) relatar algum evento remoto que diga respeito à história potencialmente falsa. Isso torna mais difícil manter a farsa em pé.
Se a pessoa citar algum lugar que esteve ou alguém com quem falou, peça detalhes sobre a ida a este lugar ou a conversa. Se detectar alguma inconsistência, não desmascare o mentiroso imediatamente. Deixe que a pessoa tente avançar na própria mentira.
Fique atento às mudanças de comportamento do mentiroso em potencial enquanto ele é confrontado. Sempre que se sentir no controle da situação, o mentiroso permanecerá falante. Porém, sua zona de conforto é limitada e assim que perder o controle, ele se tornará monossilábico ou simplesmente ficará quieto.