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Cineasta alerta para os riscos do celular no trânsito

Cena de From One Second to the Next, em que um policial mostra foto de acidente causado pelo uso do celular ao volante | Divulgação
Cena de From One Second to the Next, em que um policial mostra foto de acidente causado pelo uso do celular ao volante (Foto: Divulgação)
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Um garoto que teve interrompido o sonho de ser atleta, três jovens irmãos mortos simultaneamente, uma mulher que não pode mais sair de seu jardim e uma filha que perdeu o pai. Quatro histórias diferentes e um elemento comum: acidentes de trânsito ocorridos porque os motoristas estavam enviando ou lendo mensagens de texto no celular enquanto dirigiam. Essas histórias fazem parte do documentário From One Second to the Next (em português, "de um segundo para o outro"), encomendado pela AT&T, uma das maiores empresas de telecomunicações dos Estados Unidos, e dirigido pelo cineasta alemão Werner Herzog, com o intuito de reduzir os acidentes causados por essa prática.

Logo na abertura do documentário se tem uma dimensão do problema, que levou a AT&T a encampar uma grande campanha para conscientização dos motoristas. "Cerca de 100 mil acidentes por ano envolvem motoristas que estão teclando no celular. Os números estão aumentando bruscamente", informa o texto inicial. Durante os 34 minutos seguintes, causadores e vítimas desses acidentes relatam de forma dramática as suas experiências.

O documentário faz parte da campanha It Can Wait ("isso pode esperar"), lançada pela AT&T para conscientizar os motoristas. Segundo a companhia, foi feito um convite para que Herzog, autor de documentários como O Homem Urso e A Caverna dos Sonhos Esquecidos, dirigisse uma série de pequenos filmes sobre os riscos de alternar direção e SMS. "O que a AT&T me propôs clicou e conectou dentro de mim imediatamente", afirmou o cineasta à Associated Press.

Herzog, que diz não ter o hábito de mandar mensagens pelo celular, acredita que há uma nova cultura sendo consolidada. "Eu vejo que alguma coisa está acontecendo na civilização e está vindo com muita força", observa o diretor, preocupado com o alto índice de acidentes relacionados ao uso do celular. "Em um segundo, vidas inteiras são dizimadas ou transformadas para sempre."

Escolas

Disponibilizado na internet, o documentário será exibido em 40 mil escolas norte-americanas e levado a centenas de organizações e agências governamentais. "Isso não tem nada a ver com consumismo ou vendas. Essa campanha é para dissuadir as pessoas do uso excessivo de um produto. Não estamos tentando vender um telefone celular. Estamos tentando gerar consciência", frisa Herzog.

A campanha It Can Wait reúne mais de 200 organizações norte-americanas. No site (http://www.itcanwait.com), além de assistir ao documentário, é possível testar um aplicativo que simula os efeitos de enviar mensagens ao volante.

Segundos de distraçãopodem resultar em tragédia

Escrever ou ler uma mensagem no celular pode parecer um ato simplório, mas é suficiente para causar uma tragédia quando se está ao volante. Segundo estudos da National Hi­gh­way Traffic Safety Admi­nistration (NHTSA), órgão do Departamento de Trans­portes dos Estados Unidos, o ato de enviar ou verificar um SMS faz com que o motorista tire os olhos da via por pelo menos 4,6 segundos. Se o condutor estiver a uma velocidade de 80 quilômetros por hora, é o tempo suficiente para percorrer a distância de um campo de futebol.

"Cada segundo que o motorista se distrai pode ter consequências desastrosas. No trânsito sempre pode haver repentinamente uma situação que foge do controle e exige uma reação rápida", observa Iara Thielen, coordenadora do Núcleo de Psicologia do Trânsito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). "Como nem sempre acontece um acidente quando se está usando o celular, há uma percepção distorcida de que não existe risco", acrescenta.

Jovens

A prática de mandar men­sagens no trânsito tem se tornado comum principalmente entre os jovens. Uma pesquisa realizada pela NHTSA nos EUA mostrou que 18% dos motoristas entre 18 e 34 anos têm esse hábito. Entre aqueles com 18 e 20 anos, 13% disseram já ter se envolvido em algum acidente de trânsito causado pelo uso do celular.

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