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Antes de viajar, Iara Lee escreveu em carta que pretendia chamar a atenção para “grave abuso de direitos humanos” cometidos por Israel | Mabel Feres/Agência Estado
Antes de viajar, Iara Lee escreveu em carta que pretendia chamar a atenção para “grave abuso de direitos humanos” cometidos por Israel| Foto: Mabel Feres/Agência Estado

A cineasta brasileira Iara Lee estava a bordo de um dos barcos atacados na manhã de ontem por Israel. Ela não está entre as vítimas da ação israelense, que visava impedir que uma flotilha internacional furasse o bloqueio à Faixa de Gaza para entregar suprimento à população.

Amigas de Iara enviaram on­­tem de manhã uma carta ao chanceler Celso Amorim e ao as­­sessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, pedindo que o governo brasileiro tome "as providências cabíveis e necessárias para assegurar a vida e a integridade de Iara Lee". Naquele momento, ainda não havia informações sobre as condições da brasileira.

Mais tarde, ontem, a Embai­­xada de Israel no Brasil informou que a cineasta está em "boas condições de saúde". Se­­gundo a em­­baixada, o nome da brasileira constava na lista de passageiros como cidadã norte-americana.

"Iara Lee está em boas condições de saúde e recusou a opção de deixar o país voluntariamente", informou a embaixada. Se­­gundo a nota, divulgada por volta das 19 h de ontem, Lee estava com "autoridades israelenses aguardando ser deportada".

O último contato feito por Iara ocorreu na noite de domingo, quando, segundo amigas, ela postou mensagem no site de relacionamentos Facebook anun­­ciando que o barco em que ela estava fora cercado pela Marinha de Israel. A brasileira embarcou na última quinta-feira a partir da Turquia e vinha dando notícias graças a uma conexão de internet disponível no barco em que ela estava.

Em carta escrita antes do em­­barque, Iara justificou a participação na missão a Gaza dizendo que pretendia chamar atenção para o que ela considera "grave abuso de direitos humanos" co­­metidos por Israel contra a faixa de Gaza.

Iara Lee é uma produtora e cineasta de origem coreana radicada nos Estados Unidos. Entre suas obras aparecem os documentários "Synthetic Pleasures" (1995), que trata do impacto da alta tecnologia sobre a cultura de massas, e "Modulations" (1998), considerada uma das obras cinematográficas mais importantes sobre música eletrônica.

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