A cidade-Estado de Cingapura, de maioria étnica chinesa, dará posse à primeira mulher na presidência. Halimah Yacob, de 63 anos, é a primeira representante do sexo feminino a ocupar o posto em grande medida cerimonial no país de 5,6 milhões de habitantes.
Yacob é também o primeiro membro da minoria malaia a ocupar o cargo, após a adoção de novos critérios que buscam garantir maior representação racial. Com as mudanças, a ex-presidente do Parlamento e integrante há tempos da coalizão governista apareceu como candidata única.
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Normalmente, o posto de presidente é decidido por eleição direta, mas nesse caso o processo foi cancelado, já que só havia uma concorrente. O mais poderoso político do país é o primeiro-ministro Lee Hsien Loong, que lidera o governista Partido Ação Popular. O premiê já anunciou que a posse da presidente será nesta quinta-feira (14), para um mandato de seis anos.
Pelas novas regras, caso nenhum dos principais grupos étnicos de Cingapura - os chineses, indianos e malaios - for for eleito à presidência durante cinco mandatos consecutivos, na eleição seguinte o posto estará reservado para candidatos daquele grupo. As regras também preveem que os candidatos tenham atuado em cargos importantes do governo ou no comando de uma companhia com rentabilidade de pelo menos 500 milhões de dólares de Cingapura (US$ 371 milhões) em ações durante três anos.
Restrição
Com as regras, a eleição ficou na prática reservada para um candidato malaio. Vice-diretor de pesquisas do Instituto de Políticas Públicas da Escola Lee Kuan Yew de Políticas Públicas, Gillian Koh disse que a escolha foi um tanto contestada, já que as regras restringiram muito o processo. Koh notou que apenas cerca de 700 companhias em Singapura eram grandes o suficiente para cumprir as qualificações previstas.
Os malaios étnicos de Singapura, 13% da população, tendem a se sair pior economicamente na cidade-Estado de maioria chinesa. O premiê Lee argumenta que a reserva da eleição para um candidato malaio garantiria que fossem eleitos regularmente presidentes de diferentes grupos étnicos.
Yacob disse que será a presidente "para todos, independentemente de raça, língua, religião ou credo". O presidente não tem autoridade executiva, mas sim poder de veto sobre o uso de reservas estrangeiras, o orçamento e importantes nomeações do governo. O presidente recebe salário anual equivalente a US$ 3,2 milhões.
As informações são da Dow Jones Newswires.
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