O corpo do brasileiro Ronaldo Gomes da Silva, de 27 anos, vítima do desastre aéreo que matou 153 pessoas em Madri, será cremado na Espanha. A família queira que o enterro fosse realizado no Brasil, mas o estado do corpo dificultaria o transporte. A decisão foi tomada pelo irmão do brasileiro que viajou à capital espanhola para cuidar do caso. Rondinaldo se reuniu com a família da mulher de seu irmão, a espanhola Yanina Clisdibowsky, que também morreu no acidente. As cinzas do casal devem ficar juntas na Espanha.
O corpo de Yanina é um dos cerca de cem que ainda não foram reconhecidos. O de Ronaldo foi identificado nesta sexta-feira (22), por meio da análise da impressão digital. Rondinaldo disse ao GLOBO ONLINE que o corpo de seu irmão estava praticamente irreconhecível. O irmão do brasileiro morto tenta agora convencer os pais, que moram no Pará, a viajarem a Espanha para se despedirem do filho.
Casal filma pista segundos após explosão; assista ao vídeo Rondinaldo participa na tarde desta sexta-feira de uma reunião com representantes da companhia aérea Spanair. Após o acidente, a empresa confirmou que seu avião teve um problema antes da decolagem, mas disse ter reparado a avaria, afirmando que a segunda tentativa de decolagem foi realizada sem qualquer "anormalidade".
Uma nova versão para a tragédia no aeroporto de Madri indica que o avião não explodiu no ar após a decolagem, mas sim ao se chocar contra a pista, informa o jornal "El País". Num vídeo da agência Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea (Aena), responsável pela aviação civil espanhola, não há imagem de fogo enquanto o avião está no ar. Embora a qualidade da gravação seja ruim segundo as autoridades que tiveram acesso a ela, o vídeo pode dar novas pistas sobre o caso, que só deve ser solucionado por uma comissão de investigação dentro de semanas. Até agora, acreditava-se que o motor da aeronave havia explodido após a decolagem.
O jornal "El Mundo" informou também nesta sexta-feira que o Sindicato Espanhol de Pilotos de Linhas Aéreas (Sepla) havia transmitido à Spanair sua preocupação com o "caos operacional" na companhia. Para o sindicato, os problemas colocavam em risco a segurança dos passageiros.O diretor-geral da Aviação Civil espanhola, Manuel Bautista, acredita que houve mais de uma falha.
- Uma falha do motor não causa um acidente. Isso está contemplado em todas as normas. Junto com outras causas, pode ser que derrube o avião. Terá que se determinar o conjunto das causas - disse Bautista, segundo o "El País", acrescentando que não está "tão seguro de que o motor falhou".
Dos 19 sobreviventes da tragédia, três continuam em estado grave. Os corpos de parte das vítimas terão que ser reconhecidos por meio de exame de DNA, já que muitos estão completamente carbonizados.
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