Neve
Temporada em Bariloche está ameaçada
Ainda em estado de emergência devido à tempestade de cinzas vulcânicas, a cidade de Bariloche, na Patagônia argentina, já começa a temer pela temporada de neve, em julho, que atrai muitos turistas, sobretudo brasileiros.
Empresas de turismo e hotéis dizem que as cinzas, que invadiram a cidade no fim de semana, podem inibir a presença dos mais de 60 mil turistas que costumam viajar à cidade nesta época. As estações de esqui da região ficaram cobertas de cinzas.
"Logicamente que vai afetar, só não sabemos ainda em qual profundidade, disse Luciano Arrondo, um dos gerentes do hotel El Casco, de Bariloche.
Ontem a cidade voltou a enfrentar problemas como falta de água e energia houve curto-circuito, por causa das cinzas, em uma rede de transmissão.
Caos atinge o Paraná
Passageiros que viajam pelos aeroportos do Paraná também estão enfrentando cancelamento de voos por causa das cinzas do vulcão Puyehue, no Chile. A Infraero confirmou ontem que dois voos internacionais que sairiam do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, foram cancelados. Um voo da companhia aérea Gol iria para Buenos Aires. O outro, da Pluna, tinha como destino Montevidéu. As empresas declararam que estão cumprindo as regras da Anac sobre cancelamento de voos e fazendo reembolso ou pagando hospedagem e alimentação para os passageiros quando necessário.
A nuvem de cinzas que vem sendo expelida pelo vulcão chileno Puyehue desde sábado causou ontem um dia de caos nos aeroportos de Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. Pelo menos 270 voos foram cancelados na região por causa da presença no ar de material vulcânico, que oferece alto risco aos aviões.
Desde a crise área de 2007 não se via no Brasil um índice tão alto de cancelamentos de voos internacionais das 164 partidas programadas até as 19 horas de ontem, 60 (ou 36,6% do total) não ocorreram.
Só a TAM teve 35 voos cancelados, enquanto a Gol Linhas Aéreas cancelou 19. Brasileiros que estavam em Assunção, Buenos Aires, Montevidéu, Santiago e Lima não conseguiram voltar para casa a maioria espera ser realocada em outros voos durante a semana.
Em Bariloche, um dos principais destinos turísticos da Argentina, quase todas as residências ficaram sem energia elétrica e água. A expectativa é de que a situação melhore a partir de hoje na tarde de ontem aeroportos de Argentina e Chile voltaram a funcionar, mas, por precaução, a maioria das empresas preferiu não voar.
O Aeroporto de Guarulhos foi o mais prejudicado no país, com 43% de cancelamentos até as 19 horas. No fim da tarde, companhias aéreas não conseguiam encontrar quartos de hotéis suficientes na capital paulista para abrigar passageiros prejudicados alguns foram avisados e tiveram de ser abrigados em estabelecimentos no litoral paulista.
Ainda ontem, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que as cinzas chegaram ao Rio Grande do Sul, em uma faixa de 5.500 a 7.600 metros de altitude.
Uma sala de crise chegou a ser montada no Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, com representantes de Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e companhias aéreas, além de meteorologistas. "Estamos em contato direto com o centro de controle dos Estados Unidos e Argentina, que mandam boletins para ajudar nas decisões", diz o diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenkins.
Máscaras
Em Buenos Aires, portenhos amanheceram com um céu cinzento provocado pelas partículas vulcânicas. Os governos das províncias de Neuquén, Río Negro e Chubut distribuíram máscaras cirúrgicas à população. Em Puerto Madryn, na província de Chubut, às margens do Oceano Atlântico, a 800 quilômetros de Bariloche, autoridades recomendaram à população não sair de casa. Assustados, moradores correram às farmácias para comprar máscaras.
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