De Beirute a Bint Jbeil, vilarejo na fronteira com Israel, o presidente Mahmoud Ahmadinejad foi aclamado no Líbano como nenhum outro líder estrangeiro. Curiosamente, porém, de volta em Teerã as notícias para o iraniano são desalentadoras. Parte da cúpula do regime parece ter se voltado contra o presidente e alguns analistas chegam a defender que nunca o poder de Ahmadinejad esteve tão ameaçado.
Nos bastidores da República Islâmica, vem tomando corpo um embate entre clérigos e conservadores, de um lado, e o grupo de Ahmadinejad, de outro. As duas facções haviam se aliado contra a oposição reformista, que acabou massacrada nas ruas em 2009. Mas sem o inimigo comum, a coalizão ruiu.
Agora, clérigos e conservadores - ou seja, o establishment político do Irã desde 1979 - veem com grande apreensão a investida de Ahmadinejad para conferir uma importância inédita à figura do presidente. Sob esse temor, o impeachment de Ahmadinejad chegou a ser proposto pelo deputado Ahmad Tavakoli, um dos representantes da linha dura iraniana. A gota dágua para Tavakoli foi um discurso em que Ahmadinejad afirmou que o Executivo "é a instituição mais importante" da República Islâmica.
O comentário foi interpretado como uma afronta direta aos ideais do líder máximo da revolução de 1979, aiatolá Ruhollah Khomeini, que instituiu um equilíbrio delicado entre instituições políticas e religiosas.
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