O chefe da Catedral de St. Paul, em Londres, pediu demissão nesta quinta-feira depois de uma disputa entre autoridades municipais e da igreja sobre a liberação de uma praça em frente ao prédio, tomada por cerca de 200 barracas de manifestantes.
Giles Fraser havia deixado clara a sua solidariedade com os manifestantes que protestam contra o capitalismo e chegou a pedir à polícia que saísse da escadaria da catedral no início do protesto. Ele disse na quinta-feira que deixava o posto com "grande tristeza".
Comentaristas religiosos disseram que a decisão reflete as diferenças nas posturas oficiais sobre o acampamento dos manifestantes na praça em frente ao monumento, que fechou suas portas pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
A St. Paul havia dito que estava perdendo 20.000 libras (32.000 dólares) por dia desde que o acampamento foi montado há 12 dias para protestar contra a Bolsa de Londres. A catedral foi fechada por motivos de segurança, mas deve reabrir na sexta-feira.
Na quarta-feira, o deão Knowles Graeme reiterou "a crença básica no direito de protestar, bem como de solicitar que as pessoas que vivem nas tendas agora deixem o local pacificamente".
Fraser, um ex-vigário de Putney, no sudoeste de Londres, é conhecido por sua participação regular na rádio BBC. Ele assumira o posto na St. Paul em 2009.
"O evangelho cristão é profundamente comprometido com as necessidades dos pobres. A justiça financeira é um imperativo do evangelho", disse ele no fim de semana.
Fraser anunciou sua decisão no Twitter. "É com grande pesar e tristeza que entreguei meu aviso prévio à Catedral de St. Paul", escreveu ele.
"Estamos obviamente decepcionados que (Fraser) não seja capaz de continuar a sua obra ... durante estes dias difíceis," afirmou o comunicado da catedral em seu site na Internet.
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