As principais autoridades religiosas do Egito advertiram nesta sexta-feira sobre uma "guerra civil" e pediram calma em meio à disseminação da violência, dias antes de grandes manifestações que a oposição acredita que podem forçar o presidente islâmico a deixar o cargo.
Um homem foi morto e dezenas de pessoas ficaram feridas em Alexandria quando manifestantes entraram em confronto com islamistas. Um norte-americano foi morto a facadas, disseram três autoridades de segurança e um médico. Um membro da Irmandade Muçulmana também foi baleado e morto na cidade de Zagazig.
As manifestações desta sexta-feira foram convocadas antes de uma grande marcha prevista para domingo, quando opositores do presidente egípcio, Mohamed Mursi, acreditam que milhões de pessoas irão às ruas para exigir novas eleições.
"É necessária vigilância para garantir que não vamos entrar em guerra civil", disseram clérigos do milenar Instituto Al-Azhar, um dos mais influentes centros do mundo islâmico.
Em comunicado amplamente favorável a Mursi, eles pediram diálogo e culparam "gangues criminosas" que cercaram mesquitas para cometer atos de violência que, segundo a Irmandade Muçulmana, mataram ao menos cinco pessoas em uma semana.
O braço político da Irmandade alertou para "terríveis consequências que colocariam o país em uma espiral violenta de anarquia", culpando pessoalmente líderes liberais, incluindo o ex-diplomata da ONU Mohamed ElBaradei, de incitar violência por parte de "bandidos" que foram contratados pelo ditador deposto, Hosni Mubarak.
Líderes da oposição condenaram a violência. O Exército, que tem alertado que poderá intervir se os líderes políticos perderem o controle, emitiu uma declaração dizendo que havia se posicionado em todo o país para proteger os cidadãos e instalações de importância nacional.
Um comício islâmico no Cairo incluiu chamados para a reconciliação.
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