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Jornalistas americanas libertadas pela Coreia do Norte festejam ao chegar ao aeroporto na Califórnia | REUTERS/Kevork Djansezian/Pool
Jornalistas americanas libertadas pela Coreia do Norte festejam ao chegar ao aeroporto na Califórnia| Foto: REUTERS/Kevork Djansezian/Pool

O ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, chegou nesta quarta-feira (5) aos EUA em companhia das duas jornalistas libertadas pelo governo da Coreia do Norte. Laura Ling afirmou que elas sabiam que o pesadelo da vida delas tinha acabado quando viram Bill Clinton e que viveram a parte mais difícil de suas vidas.

Euna Lee, de 36 anos, e Ling, de 32, foram presas em março, sob acusação de entrarem ilegalmente no território norte-coreano quando faziam uma reportagem sobre tráfico de mulheres, na fronteira entre China e Coreia do Norte.

A dupla trabalha para o canal Current TV, fundado por Al Gore, que foi vice de Clinton. Em julho, as duas jornalistas foram condenadas a 12 anos de trabalhos forçados.

"As famílias de Laura Ling e Euna Lee estão transbordando de felicidade com a notícia do perdão", disse nota divulgada em um site criado para apoiar as duas jornalistas.

A nota expressa gratidão ao presidente Barack Obama e a vários funcionários do governo, além de agradecer a Clinton "por assumir uma missão tão árdua".

O encontro de Kim Jong-il com o ex-presidente foi o contato de mais alto nível entre EUA e Coreia do Norte desde que Clinton era presidente, no começo da década. Não houve informações sobre o que mais Clinton discutiu nesta visita, que deu algo que Kim deseja avidamente - atenção direta dos EUA e uma visita de um emissário bem posicionado.

A KCNA disse que Clinton "transmitiu de forma cortês uma mensagem verbal (...) de Obama expressando profundo agradecimento (pelo perdão às jornalistas) e refletindo opiniões sobre formas de melhorar as relações entre os dois países".

A Casa Branca negou que Clinton tenha transmitido qualquer mensagem de Obama.

David Axelrod, assessor especial do presidente, disse ao canal MSNBC que Clinton viajou numa "missão humanitária privada". "Não acho que isso esteja relacionado a outras questões", afirmou.

O ex-presidente, marido da secretária de Estado Hillary Clinton, foi o norte-americano mais ilustre a visitar o recluso país comunista desde que Madeleine Albright, então secretária de Estado do próprio Clinton, esteve lá, em 2000.

Ele foi recebido de forma calorosa e manteve o que a KCNA descreveu como uma "exaustiva conversação" durante um jantar com Kim e assessores do regime.

"Clinton manifestou um sincero pedido de desculpas a Kim Jong-il pelos atos hostis cometidos pelas duas jornalistas norte-americanas contra a RPDC (Coreia do Norte) depois de invadirem-na ilegalmente. Clinton cortesmente apresentou a Kim Jong-il um sincero pedido do governo dos EUA para que (Kim) as perdoa de modo leniente e as devolva para casa sob um ponto de vista humanitário", segundo o relato da KCNA.

A agência acrescentou que a visita "contribui para aprofundar o entendimento entre a RPDC e os EUA, e para construir uma confiança bilateral".

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