O ex-presidente Bill Clinton completou nesta quarta-feira (27) o movimento iniciado na véspera por sua mulher, Hillary, avalizando Barack Obama como o candidato capaz de liderar o país e de garantir a segurança nacional. Falando na condição de quem ocupou o cargo por oito anos (1993 a 2000), Clinton procurou demonstrar que superou os atritos que teve com Obama durante as primárias, quando o candidato negro o acusou de tentar trazer para a campanha o tema racial.
Diante do furor que sua chegada causou na platéia de 20 mil pessoas do Pepsi Center, Clinton sorriu, extremamente à vontade. "Eu amo isso, e agradeço, mas temos um importante trabalho para fazer hoje", disse ele à platéia, pedindo silêncio. "Estou aqui em primeiro lugar para apoiar Barack Obama e em segundo para esquentar a multidão para Joe Biden", disse ele, referindo-se ao candidato a vice. "Amo Joe Biden e a América o amará também."
Clinton brincou, numa menção velada aos atritos com Obama durante as primárias: "A campanha gerou tanto calor que aumentou o aquecimento global. No fim, minha candidata não venceu, mas estou muito orgulhoso da campanha que ela conduziu", disse, olhando para Hillary e Chelsea, a filha do casal, sentadas na platéia.
Num sinal da estatura de estadista que o partido queria atribuir a Clinton - e transferi-la a Obama -, a multidão agitava bandeiras dos Estados Unidos (a platéia da convenção tem faixas e cartazes para cada ocasião). "Tenho o privilegio de falar aqui de uma perspectiva que só (o ex-presidente) Jimmy Carter tem, como democrata", salientou Clinton.
"Na noite passada, Hillary disse que fará tudo para eleger Barack Obama", prosseguiu o ex-presidente. "Somos dois. Na verdade, somos 18 milhões", completou, referindo-se aos votos obtidos por Hillary nas primárias.
Clinton lembrou que também foi considerado "inexperiente" e "jovem demais" para ser comandante-chefe das Forças Armadas, como acontece agora com Obama, de 47 anos. "Não funcionou em 1992, porque estávamos do lado certo da história, e não funcionará em 2008, porque Barack Obama está do lado certo da história." Clinton declarou que Obama "está pronto para ser presidente".
O ex-líder se voltou, então, contra o governo de George W. Bush. "Nossa nação está com problemas em duas frentes: o sonho americano está sob cerco em casa, e a liderança da América no mundo foi enfraquecida." Clinton passou a enumerar os problemas da classe média e dos pobres: desemprego, desigualdade, devolução das casas por inadimplência das hipotecas e aumento dos preços dos alimentos e da gasolina.
Já no plano externo, Clinton acusou Bush de "excesso de unilateralismo e falta de cooperação", além da "perigosa dependência do petróleo importado" e da "recusa de liderar no tema do aquecimento global". Segundo o ex-presidente, "os militares estão gravemente sobrecarregados", e o governo atual "não usa o poder da diplomacia".
"Claramente, o trabalho do próximo presidente é reconstruir o sonho americano e restaurar a posição da América no mundo", sintetizou. "Tudo o que aprendi nesses oito anos como presidente e o trabalho que tenho feito depois me convenceram que Obama é o homem para essa tarefa." E finalizou: "Se, como eu, vocês acreditam que a América deve ser sempre um lugar chamado esperança, juntem-se a Hillary, a Chelsea e a mim tornando Barack Obama o próximo presidente dos EUA."
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