Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Arte e Design

Clube e festival colocam Panamá na rota do jazz

Danilo Pérez, que toca no quarteto de Wayne Shorter, saiu do Panamá há 30 anos para estudar música em Boston; hoje, ele promove um festival de música e ajuda jovens em sua cidade natal | Tito Herrera para The New York Times
Danilo Pérez, que toca no quarteto de Wayne Shorter, saiu do Panamá há 30 anos para estudar música em Boston; hoje, ele promove um festival de música e ajuda jovens em sua cidade natal (Foto: Tito Herrera para The New York Times)

Numa madrugada de sexta-feira em janeiro, Danilo Pérez subiu ao palco de seu clube de jazz para fazer um show. Pianista e compositor nascido no Panamá que há mais de dez anos integra o aclamado quarteto de Wayne Shorter, Pérez já tinha sido a atração principal em shows do Panama Jazz Festival, que ele próprio fundou 12 anos atrás. Ele já se apresentou no festival com o saxofonista porto-riquenho Miguel Zenón e o cantor de salsa Rubén Blades.

Também já tocou no concerto de gala do festival, no Teatro Nacional, construído há 106 anos.

E ali estava ele, à 1h30, no Danilo's Jazz Club, único espaço de shows da cidade dedicado exclusivamente ao jazz, agora lotado de amigos e visitantes. Com ele estavam músicos e estudantes de vários países, ansiosos para improvisar. A percussionista brasileira Nêgah Santos, 24, tocou conga, e o panamenho Samuel Batista, 24, no terceiro ano de estudos no Berklee College of Music, de Boston, arrancou aplausos ao saxofone.

A jam session continuou até o clube fechar. Depois dela, Pérez reuniu seus colegas jovens em volta de uma mesa para distribuir incentivos e conselhos.

Quase 30 anos depois de sair do Panamá, onde nasceu, para estudar composição de jazz no Berklee College, Pérez, 49, vê a promoção da música em seu país como o grande trabalho de sua vida.

Um ano depois de fundar o festival de jazz com sua família, ele criou a Fundação Danilo Pérez, organização sem fins lucrativos que promove formação e intercâmbios musicais. O festival, que atrai até 30 mil pessoas em seus seis dias de duração a cada mês de janeiro, arrecada dinheiro para a fundação.

Para Pérez, o clube, aberto em fevereiro do ano passado no novo American Trade Hotel, é a última peça que faltava no quebra-cabeça. "É um espaço para a gente ter contato com todas essas pessoas que estão ansiosas por ouvir mais música."

O festival também vem servindo de modelo para outros eventos musicais no Panamá e em outros lugares onde não há tantos festivais de jazz quanto na Europa e nos Estados Unidos.

Uma delegação chilena acompanhou o evento deste ano para estudar seu funcionamento.

A fundação, que opera com orçamento restrito, recebeu instrumentos de John Patitucci, baixista do quarteto Shorter, e do pianista cubano Chucho Valdés. 

A saxofonista Patricia Zarate, diretora do festival e mulher de Danilo Pérez, contou que centenas de voluntários trabalham no evento. Um festival dessas dimensões normalmente custaria entre US$ 1 milhão e US$ 3 milhões para ser produzido, segundo ela, "mas nós o fazemos por menos de US$ 500 mil".

Os músicos são pagos segundo uma tabela variável. O festival tem o apoio do governo e de patrocinadores como a Copa Airlines. "Com o clube", disse Daniel Pérez, "nossa esperança é que a Cidade do Panamá vire a capital do jazz na América Latina."

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.