A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, proclamou nesta segunda-feira (15) Nicolás Maduro, 50, como presidente eleito do país e rejeitou a petição do candidato derrotado Henrique Capriles de recontagem manual dos votos da eleição deste domingo.
Na ata de proclamação, Lucena leu os resultados do CNE: Maduro obteve 50,75% dos votos, contra 48,97% de Capriles.Pesquisas anteriores à eleição indicavam que Maduro, herdeiro político do ex-presidente Hugo Chávez, venceria Capriles por 15 a 20 pontos percentuais.
Em outubro do ano passado, Capriles perdeu as eleições presidenciais frente a Chávez por 11 pontos percentuais.
A presidente do CNE instou Capriles a buscar as instâncias legais para reclamar dos resultados das urnas, citando que a Venezuela é um Estado de Direito.
"Não será o acosso, a ameaça ou amedrontamento as vias para conseguir coisas no Poder Eleitoral", disse ela ao opositor, que convocou um panelaço para esta noite e protestos para amanhã e quarta-feira caso suas exigências não fosse atendidas.
Na Venezuela, o Supremo Tribunal de Justiça é alinhado ao governo - seus integrantes foram indicados pela maioria chavista da Assembleia Nacional.
A cúpula do CNE, formada por cinco pessoas, também é alinhada ao governo, com exceção de Vicente Díaz, ligado à oposição. Díaz, que defendia a recontagem, não participou da proclamação de Maduro.
Distúrbios
Enquanto a cerimônia ocorria, moradores do leste rico de Caracas, uma base antichavista, promoviam um panelaço, sem esperar a hora indicada por Capriles.
Segundo as agências de notícias, milhares de estudantes entraram em confronto em Caracas com a Guarda Nacional, que disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes. Os estudantes atiraram pedras e pedaços de concreto contra a polícia.