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Eleição

Coalizão de direita emerge como força política no Chile

A Coalizão pela Mudança, formada entre a ultradireitista União Democrata Independente (UDI) e o partido de centro-direita Renovação Nacional (RN) emergiu como uma força política no Chile após as eleições parlamentares do domingo. Já o Partido Comunista voltará ao Congresso após 37 anos, rompendo a exclusão imposta por um rígido sistema eleitoral herdado da ditadura.

A UDI conquistou 23,1% dos votos, superando seu parceiro na coalizão, a Renovação Nacional (RN), que obteve 17,8%.

O governante Partido Democrata Cristão ficou em um distante terceiro lugar, com 14,3% dos votos. Somados os outros três partidos de centro-esquerda, a coalizão - no poder desde 1990 - conquistou 26,4% dos votos.

Mas se a UDI foi a grande vencedora da eleição parlamentar, também sofreu derrotas importantes ao não conseguir eleger para o Senado seu líder e duas vezes candidato presidencial Joaquín Lavín, derrotado por seu aliado de direita na zona de Valparaíso Nessa região também foi eleito Ricardo Lagos Weber, filho do ex-presidente Ricardo Lagos e militante do governista Partidos pela Democracia (PPD).

"Foi uma noite de triunfos, mas também de dores", disse nesta segunda-feira o secretário-geral da UDI, Víctor Pérez, em alusão à derrota de Lavín.

Além disso, Lavín foi derrotado pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Alvarez, também da UDI.

Um acordo entre a coalizão de quatro partidos governistas e uma aliança encabeçada pelos comunistas permitiu que o partido elegesse pela primeira vez, em 37 anos, três de seus integrantes O presidente, do Partido Comunista, Guillermo Teillier, e o secretário-geral da legenda, Lautaro Carmona, farão parte da Câmara dos Deputados em 11 de março, assim como o conhecido advogado dos direitos humanos Hugo Gutiérrez.

O Partido Socialista, da presidente Michelle Bachelet, registrou queda no número de votos recebidos e perdeu dois senadores. Por outro lado, conseguiu que a deputada Isabel Allende, filha do ex-presidente Salvador Allende, conquistasse uma vaga no Senado.

A eleição do domingo manterá o atual equilíbrio das forças entre o governo e a aliança de direita, que será obrigada a fazer acordos ou terá de manter a alternância atual entre as duas forças nas mesas das duas casas legislativas. Atualmente, as duas Câmara e Senado são presididos por integrantes da UDI.

Na Câmara dos Deputados, a direita obteve 58 assentos contra 54 da coalizão do governo, mas a esses se poderão somar os três comunistas e três democratas cristãos para equilibrar as forças e se chegar a uma eventual maioria. Os dois independentes eleitos poderiam decidir as votações.

No Senado de 38 integrantes, a Concentração de Partidos pela Democracia, a aliança governante de centro-esquerda, ficou com 19 senadores, ao quais pode se somar um ex-socialista. A direita terá 16 senadores, mas dois legisladores independentes costumam votar com a direita.

O novo Congresso tomará posse em 11 de março, quando também fará juramento o novo presidente, cuja eleição será definida no segundo turno previsto para 17 de janeiro. Disputarão o cargo o candidato de direita Sebastián Piñera e o ex-presidente e governista Eduardo Frei, um democrata cristão.

A comuna de Los Condes, uma das 32 que compõem a cidade de Santiago, não conseguiu eleger para a Câmara Baixa Rodrigo García Pinochet, neto do falecido ex-ditador Augusto Pinochet. García Pinochet concorreu como independente porque foi expulso da aliança de direita.

Porta-voz reforça campanha de Frei

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, realizou uma pequena mudança em seu gabinete nesta segunda-feira, após a divulgação dos resultados da eleição presidencial de domingo. O candidato conservador, da oposição, e o nome do governo disputarão um segundo turno, já que nenhum deles obteve vantagem superior a 50%.

Com 99,4% dos votos apurados, o bilionário conservador Sebastián Piñera, da Renovação Nacional (RN), obtinha 44,1% dos votos. Já o ex-presidente Eduardo Frei, da Concertação, de centro-esquerda, obteve 29,6%, afirmou o subsecretário de Interior Patricio Rosende nesta segunda-feira. Nenhum dos candidatos obteve mais de 50% dos votos. Com isso, ambos realizarão o segundo turno em 17 de janeiro.

Para reforçar a campanha de Frei, Bachelet aceitou a renúncia da porta-voz do governo Carolina Toha, cujo título oficial era de ministra da Secretaria Geral de Governo.

Carolina será substituída nos últimos meses da administração Bachelet por Pilar Armanet, que atualmente é embaixadora do Chile na França. "Nós desejamos a Carolina grande sucesso na missão em que ela está embarcando", disse a presidente durante uma reunião de todos seus ministros e subsecretários.

Pilar chegará a Santiago mais tarde nesta semana. Antes, deve comparecer a um encontro na sede da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris, quando o Chile deve ser convidado para integrar a entidade.

Caso Piñera vença o segundo turno em janeiro, será o fim de um domínio de quase 20 anos da Concertação no país. A coalizão está no poder desde a volta à democracia, em 1990, após 17 anos de ditadura do general Augusto Pinochet. O novo presidente assume em 11 de março de 2010

Piñera diz que venderá ações

Uma participação significativa da empresa aérea LAN Airlines (antiga Lan Chile) poderá chegar ao mercado se Piñera vencer o segundo turno das eleições presidenciais em 17 de janeiro. Piñera disse nesta segunda-feira que venderá sua participação na LAN "antes de virar presidente".

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