Jaroslaw Gowin, líder do Acordo, um dos três partidos do governo Polônia, anunciou nesta terça-feira a ruptura da coalizão depois de ter sido demitido pelo primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki.
"Minha demissão é o resultado de minha lealdade ao povo polonês e minha oposição a um programa, especialmente a certas soluções fiscais. A demissão é, de fato, a ruptura do governo de coalizão e o fim da Direita Unida", declarou o líder do Acordo em entrevista coletiva.
Acusado por Morawiecki de agir deslealmente e trabalhar em um ritmo insuficiente, Gowin teve desacordos crescentes com o primeiro-ministro sobre questões-chave. O líder partidário, que atuava como vice-primeiro ministro e ministro do Desenvolvimento, Trabalho e Tecnologia, criticou repetidamente várias iniciativas de seu parceiro majoritário, o Direito e Justiça (PiS), como a reforma judicial e os orçamentos para o plano de recuperação depois da pandemia da Covid-19 financiado pela União Europeia.
Demissão pela imprensa
Na coletiva, Gowin revelou que soube da demissão através da imprensa, o que, em sua visão, diz muito sobre "uma certa anti-cultura política que tem prevalecido ultimamente" na coalizão.
O porta-voz do governo, Piotr Müller, anunciou horas antes em coletiva que Morawiecki havia pedido ao presidente polonês, Andrzej Duda, para retirar Gowin de todos os cargos do governo.
De acordo com Müller, o líder do Acordo e outros integrantes do partido agiram deslealmente quando rejeitaram as propostas do PiS, apesar de já as terem apoiado com seus votos no Parlamento.
Tanto Gowin quanto os deputados de seu partido expressaram seu total desacordo com os projetos mais importantes do governo de Morawiecki, tais como a reforma do judiciário, a nova lei de imprensa e a forma como os fundos europeus para apoiar a economia são alocados.
Desde que a Direita Unida foi formada em 2019, o Acordo perdeu nove dos 20 assentos que ganhou, principalmente devido ao fato de os deputados deixarem suas fileiras para se juntarem ao PiS.
Embora a coligação tenha uma maioria simples no parlamento, com 198 dos 460 deputados, ainda tem em sua órbita a formação Solidariedade Polônia, liderada pelo vice-presidente e ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro, e conseguiu o apoio dos quatro deputados do partido Kukiz'15 em um pacto recente.
Entretanto, a ruptura da coalizão lança dúvidas sobre o futuro do governo de Morawiecki, que teve que concordar com acertos com formações minoritárias de esquerda para levar adiante a votação do plano de recuperação econômica que foi enviado a Bruxelas.
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