Em setembro passado, no final do verão do Hemisfério Norte, a cobertura de gelo do Oceano Ártico encolheu para a menor extensão já registrada, mantendo uma tendência de longo prazo e diminuindo para cerca de metade do tamanho da extensão média dos verões entre 1979 e 2000.
Mas durante o frio e a escuridão do inverno ártico, o gelo marinho recongela e atinge sua extensão máxima, geralmente no final de fevereiro ou início de março. Mesmo assim, a notícia é ruim. De acordo com uma análise da Nasa, este ano o limite máximo foi alcançado em 28 de fevereiro. A extensão da cobertura de gelo alcançada na data foi a quinta menor registrada para o auge do inverno nos últimos 35 anos.
A nova extensão máxima do inverno - 15,09 milhões de quilômetros quadrados - acompanha uma tendência contínua de queda da extensão do gelo na estação mais fria do Oceano Ártico: nove dos 10 menores valores máximos registrados ocorreram durante a última década. No inverno 2012/2013, a extensão máxima foi 374 mil km ² abaixo do limite médio das últimas três décadas.
"A região do Ártico está na escuridão durante o inverno e o tipo predominante de radiação é a de ondas longas ou infravermelha, que está associada com o efeito estufa", disse Joey Comiso, cientista sênior na Goddard Space Flight Center da Nasa, em Greenbelt, Maryland, e pesquisador do Programa de Ciências da Nasa na criosfera. - Um declínio na cobertura de gelo do mar no inverno é, assim, a manifestação crescente dos gases de efeito estufa sobre o gelo do mar.
Os dados de satélite recuperados desde o final de 1970 mostram que a extensão do gelo do Oceano Ártico, que cobre pelo menos 15% da superfície do oceano, está diminuindo. Este declínio está ocorrendo em um ritmo muito mais rápido no verão do que no inverno. Na verdade, alguns modelos matemáticos preveem que o Oceano Ártico poderia ficar totalmente sem gelo no verão em apenas algumas décadas.