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Tráfico

Cocaína e heroína nunca foram tão baratas na Europa, diz estudo

As drogas ilícitas nunca estiveram tão baratas na Europa, segundo o primeiro relatório de abrangência continental sobre o tema, que aponta uma queda de 45% no valor da heroína e de 22% no preço da cocaína em cinco anos.

A redução no preço da heroína se deve principalmente à explosão da produção da droga no Afeganistão depois da queda do regime Talibã, em 2001, o que significa que a oferta global atualmente deve estar superando a demanda, o que pode também aumentar o número de usuários.

O Afeganistão responde por cerca de 90% da produção mundial de ópio, matéria-prima da heroína.

"O Afeganistão é um importante agente na produção global de heroína, e os fatos no país têm o potencial de causar impacto sobre o tipo de problema com drogas que enfrentaremos no futuro na Europa", disse Wolfgang Gotz, diretor do Centro Europeu de Monitoramento de Drogas (EMCDDA), em nota.

"Não podemos ignorar os perigos representados por um crescente superávit de heroína no mercado ilícito global", afirmou ele.

Em 2004, 19 toneladas de heroína foram apreendidas na Europa, um recorde que representa aumento de 10 por cento sobre 2003, segundo o relatório.

De acordo com o documento da agência, com sede em Lisboa, o preço de praticamente todas as drogas, da maconha ao esctasy, caiu entre 1999 e 2004.

"Os preços médios estão caindo na maioria dos países e para a maioria das substâncias, em alguns casos quase pela metade", disse o relatório.

Não há uma longa série estatística confiável sobre o preço das drogas, mas as informações disponíveis dão conta de que o valor cobrado nas ruas é mais baixo do que há dez anos. No caso da cocaína e do ecstasy, eles estão mais baratos do que no final da década de 80.

O preço é só um dos fatores que levam as pessoas a usarem drogas, e o relatório alerta que seria simplista dizer que a disponibilidade está criando novos usuários.

"Não obstante, não podemos deixar de ficar preocupados com o fato de que em toda a Europa as drogas estão se tornando mais baratas em termos reais", disse Marcel Reimen, presidente do EMCDDA, em nota.

"Se isso significa que aqueles que têm uma tendência a consumir drogas vão usá-las mais, então o custo final do uso de drogas em termos de saúde pública e danos às nossas comunidades deve ser considerável", acrescentou.'

O preço das drogas ainda varia consideravelmente entre os países europeus. A maconha, por exemplo, é vendida a 2,3 euros por grama em Portugal e a 12 euros na Noruega. Já a heroína pode ser comprada por 12 euros o grama na Turquia e por 141 euros na Suécia.

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