O sítio arqueológico de Teotihuacã, no México, foi habitado por povos pré-colombianos há cerca de 2 mil anos. Desenvolvendo escavações no solo de uma das praças da antiga cidade, arqueologistas do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH - sigla em espanhol) encontraram um local com códigos simbólicos utilizado pelos antigos habitantes da área.
Por meio da remoção de camadas de solo que depositadas pela ação do tempo, os estudiosos descobriram que o pavimento da Praça da Lua de Teotihuacã é cheio de crateras, de modo similar à superfície lunar.
Veja imagens das escavações da Praça da Lua em Teotihuacã
Dentro dessas cavidades, foram encontrados monumentos da civilização teotihuacana, conhecidos como estelas, feitos de pedras de coloração verde suave, além de passagens que marcam as direções do universo, que compõem uma representação ritualística para os povos da antiguidade. As informações são de um relatório publicado pela INAH.
O projeto de escavação, que começou em 2015, descobriu mais de 400 crateras que foram usadas por mais de cinco séculos, que incluem pequenos buracos de 20 a 25 centímetros de diâmetro e 30 de profundidade, e grandes cavidades onde as pessoas podiam entrar e depositar grandes monumentos.
Significados
A coordenadora das escavações, Verónica Ortega, explica que ainda falta muito para que o significado de toda a estrutura seja compreendido, mas uma das informações que os arqueólogos já possuem é a ligação da pedra verde encontrada nas crateras com divindades da água.
“Quando encontramos esses poços e estelas de pedra verde, provavelmente colocadas nas cavidades para torná-las sagradas, entendemos que era um espaço com uma ligação simbólica entre a parte subterrânea, o submundo, com o plano celestial”, esclarece Verônica.
Pela grande quantidade de espaços vazios, é provável que tenham sido parte de um cerimônias ritualísticas, de acordo com a publicação. Seixos de rios, encontrado nas crateras menores, foram depositados pelos moradores de Teotihuacã na época da existência da cidade, e provavelmente tinham o intuito de promover a fertilidade. No local, também foram encontradas grandes esculturas da deusa da fertilidade dos teotihuacanos, a Chalchiuhtlicue.
Para Verônica, tudo o que vemos como um plano arquitetônico ou urbano em Teotihuacã, eram modificações feitas com significados simbólicos. Segundo a pesquisadora, “ainda há um mundo subterrâneo inteiro a ser conhecido em Teotihuacã”.
Colaborou: Cecília Tümler