O ex-advogado de Trump Michael Cohen| Foto: EFE/EPA/JUSTIN LANE
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Michael Cohen, ex-advogado de Donald Trump e testemunha-chave da acusação no julgamento criminal de Nova York, admitiu nesta segunda-feira (20), durante interrogatório feito pela equipe de defesa de Trump, que roubou dinheiro da empresa do ex-presidente republicano, a Trump Organization.

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Segundo o próprio Cohen, o ato teria acontecido no momento em que ele era supostamente reembolsado por Trump, através de pagamentos efetuados por sua empresa, por ter realizado o pagamento pelo silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels, que afirma ter tido um relacionamento com o republicano em 2006.

De acordo com informações da CNN, Cohen supostamente recebeu da empresa de Trump US$ 420 mil durante o ano de 2017. Documentos apresentados durante o julgamento apontam que esse dinheiro teria sido dividido da seguinte forma: US$ 130 mil destinados a Cohen como reembolso pelo suposto pagamento que ele teria efetuado à Daniels por seu silêncio em 2016; US$ 180 mil destinados para o pagamento de impostos, US$ 60 mil como um bônus para Cohen e US$ 50 mil deveriam ser entregues à empresa de tecnologia RedFinch, por supostos serviços prestados para a empresa de Trump.

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No entanto, sob o interrogatório do advogado de defesa de Trump, Todd Blanche, Cohen confessou que dos US$ 50 mil que deveriam ter sido entregues à RedFinch, ele roubou US$ 30 mil e entregou apenas US$ 20 mil dólares para a empresa.

"Então você roubou da Trump Organization?", perguntou Blanche. "Sim, senhor", respondeu Cohen perante o tribunal.

Perguntado sobre os motivos, nesse caso pelos promotores, ele se justificou.

"Eu estava irritado com a redução do meu bônus, então senti que era quase uma autoajuda", argumentou.

Segundo a CNN, Cohen explicou que o dinheiro destinado para a empresa de tecnologia foi entregue em um saco de papel marrom e que ele já havia falado com o escritório do promotor distrital de Nova York sobre o roubo, mas não enfrentou acusações criminais por isso.

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O ex-advogado de Trump, que terminou seu depoimento nesta segunda-feira, é uma figura central na tentativa dos promotores de Nova York de provar, durante o julgamento criminal, que Trump violou a lei ao ocultar através de falsificação de registros comerciais de sua empresa o suposto pagamento efetuado à Daniels, no entanto, a confissão feita por ele nesta segunda-feira pode afetar significativamente sua credibilidade, que já era questionada por outras controvérsias.

Neste julgamento, Trump responde justamente por 34 acusações de falsificação de registros comerciais. Ele já se declarou inocente e disse que o processo de Nova York é politicamente motivado para impedir sua campanha presidencial.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]