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Saúde

Cólera faz países limitarem entrada de haitianos

Médica estrangeira conversa com mãe de criança doente em hospital improvisado em Saint Marc, norte do Haiti | Thony Belizaire/AFP
Médica estrangeira conversa com mãe de criança doente em hospital improvisado em Saint Marc, norte do Haiti (Foto: Thony Belizaire/AFP)
Veja infográfico com mapa de distritos mais afetados e de como a doença afeta o corpo |

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Veja infográfico com mapa de distritos mais afetados e de como a doença afeta o corpo

Porto Príncipe - Pelo menos três países, República Dominicana, Venezuela e Equa­­dor, já adotaram medidas para restringir a entrada de viajantes do Haiti por causa da epidemia de cólera que já matou 259 pessoas e contaminou 3.342 no país.

Na fronteira terrestre entre o Haiti e a República Dominicana, tropas da ONU usaram bombas de gás lacrimogêneo para controlar uma multidão na manhã de on­­tem.

"Os manifestantes eram mototaxistas e comerciantes haitianos que costumavam cruzar a fronteira sem passaporte para participar do mercado em Djabon, às segundas e sextas’’, disse o brasileiro Luiz Paul Cruz, comandante geral da ONU no Haiti.

Segundo ele, sem aviso, as autoridades dominicanas intensificaram a fiscalização na fronteira, permitindo só a passagem de haitianos com passaporte e visto.

Os viajantes eram submetidos ainda a um processo de higienização para entrar no país. A importação de alimentos do Haiti também foi proibida pelos dominicanos. Há o temor de que milhares de pessoas deixem o território haitiano para fugir da epidemia.

Já o governo da Venezuela anun­­ciou ontem que "ativou medidas de vigilância epidemiológica’’ para evitar a cólera. Entre elas está o monitoramento de viajantes vin­­dos do Haiti, que podem até ser submetidos a exames. O Equador emitiu um alerta epidemiológico para portos e ae­­roportos.

Epidemia nacional

Apesar da desaceleração do nu­­mero de mortes – entre ontem e do­­mingo seis pessoas morreram –, a ONU e o governo haitiano di­­vulgaram um comunicado afirmando que "uma epidemia na­­cional com dezenas de milhares de casos é uma possibilidade real’’.

"Estamos nos preparando para o pior dos cenários: que a doença se alastre em Porto Príncipe, onde estão os acampamentos de desabrigados pelo terremoto’’, disse a porta-voz da ONU para assuntos humanitários, Imogen Wall.

As autoridades de saúde disseram que cinco casos da doença registrados na capital foram "im­­portados", envolvendo pacientes que estavam na região central, onde começou a epidemia, e viajaram até a capital.

O governo brasileiro anunciou ontem a doação de R$ 3,4 milhões para a compra de remédios e equipamentos hospitalares, além do envio de epidemiologistas ao Haiti.

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