A Colômbia viverá na próxima segunda-feira (26) um dia histórico com a assinatura oficial do acordo de paz entre a guerrilha das Farc e o governo para pôr fim a um conflito armado que sangrou o país por mais de meio século.
O pacto, alcançado em 24 de agosto, será assinado pelo presidente Juan Manuel Santos e o máximo líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, mais conhecido pelos seus nomes de guerra Timoleón Jiménez e Timochenko.
Os dois pronunciarão um discurso em uma cerimônia prevista a partir das 17h local (19h de Brasília) no Pátio das Bandeiras, centro de convenção de Cartagena das Índias, no Caribe, ante 2.500 pessoas convidadas a usar roupas brancas.
Quinze chefes de Estado confirmaram sua presença, entre eles o cubano Raúl Castro, cujo país acolheu durante quase quatro anos as negociações, patrocinadas também pela Noruega, Venezuela e Chile.
Entre as personalidades esperadas para este ato de cerca de 70 minutos, e que será transmitido ao vivo, figuram o rei Juan Carlos da Espanha, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; seu colega da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro; os presidentes do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde; assim como o secretário de Estado americano John Kerry, e do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
Apoio guerrilheiro
Na sexta-feira, no encerramento da Décima Conferência Nacional Guerrilheira, as Farc manifestaram seu apoio unânime ao acordo de paz alcançado com o governo de Bogotá para por fim a 52 anos de conflito armado na Colômbia.
“Referendamos unanimemente o Acordo final para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura”, disse Timoleón Jiménez diante de centenas de guerrilheiros reunidos em uma isolada localidade do sudeste colombiano. “Em nosso horizonte sempre esteve a perspectiva da solução política. Por isto, a paz é a mais bela das vitórias”, declarou o máximo líder das Farc.
Militantes políticos, entre eles a ex-senadora e ativista Piedad Córdoba, líderes bascos ligados ao ETA, defensores da independência da Cataluña e até o lendário goleiro René Higuita participaram da cerimônia.
A transformação da guerrilha marxista em um movimento político legal mobilizou os debates do encontro iniciado no sábado passado, que reuniu 207 delegados das Farc de toda a Colômbia.
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