O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, autorizou na sexta-feira os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Nicolas Sarkozy, da França, a receberem os reféns sequestrados pelas Farc, caso a guerrilha marxista decida libertá-los unilateralmente.
O próprio Uribe decidira na quarta-feira suspender a mediação estabelecida por Chávez para a troca de 49 reféns por cerca de 500 guerrilheiros presos na Colômbia. Bogotá deixa aberta, porém, uma possibilidade de que Chávez mantenha seu envolvimento no processo.
"O governo vai continuar buscando por todos os meios a libertação dos sequestrados", disse Uribe ao instalar a sessão do Parlamento Latino-Americano.
"Se os terroristas libertarem os sequestrados numa decisão unilateral ao presidente Chávez, da irmã República Bolivariana da Venezuela, ou ao presidente Sarkozy, da França, ou à Cruz Vermelha Internacional, ou se simplesmente os libertarem, o governo da Colômbia desde já dá as boas-vindas a essa libertação", acrescentou.
Chávez disse na noite de quinta-feira, em um telefonema ao líder da guerrilha, Manuel Marulanda, que continuava disposto a receber os reféns em seu país. O afastamento de Chávez da função de mediador frustrou parentes dos reféns, entre os quais está a ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt.
As posições inflexíveis das Farc e do governo colombiano dificultam a troca de prisioneiros. A guerrilha exige que Uribe retire o Exército e a polícia de uma área montanhosa de 780 quilômetros quadrados, no sul do país, onde ocorreria a negociação. Uribe diz que as Farc querem tirar proveito militar de uma zona estratégica para o tráfico de armas e de drogas.