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Reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos está sendo realizada em Buenos Aires
Reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos está sendo realizada em Buenos Aires| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

A vice-ministra de Assuntos Multilaterais da Colômbia, María Carmelina Londoño, criticou nesta sexta-feira (7) os “silêncios oportunistas” da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) sobre as violações dos direitos humanos em “três países” membros da organização.

“Não podemos ter silêncios oportunistas diante de valores fundamentais, que foram e sempre serão fundamentais em toda parte, como a defesa da democracia, das liberdades e dos direitos humanos”, disse Londoño, lendo o discurso da chanceler colombiana, Marta Lucía Ramírez, dentro da 22ª Reunião de Ministros das Relações Exteriores da Celac, aberta nesta sexta em Buenos Aires.

Na opinião da representante colombiana, a Celac deve agir “com coerência” na defesa desses princípios e sugeriu, de forma velada, a suspensão dos Estados membros que violem os fundamentos do mecanismo regional, criado em 2010.

Estas declarações surgem no contexto das críticas internacionais à situação dos direitos humanos em Cuba, Nicarágua e Venezuela, os três membros da Celac, mas que não foram citadas nominalmente por María Carmelina Londoño.

Na mesma reunião, os chanceleres da Nicarágua e da Venezuela criticaram as medidas “coercitivas” e “unilaterais” promovidas pelo governo dos Estados Unidos contra estes dois países e Cuba, submetidos a um “bloqueio” pelo seu vizinho do norte.

Defesa dos Estados Unidos e Canadá

Da mesma forma, Londoño defendeu a importância de fortalecer as relações com os EUA e o Canadá, “dois parceiros estratégicos” da região que fazem parte da Organização dos Estados Americanos (OEA) e não da Celac.

A vice-ministra de Assuntos Multilaterais colombiana também ratificou o compromisso de seu país com a OEA, que ela considera ser o “centro de gravidade de um patrimônio institucional e normativo” de todos os Estados americanos.

Nesse sentido, María Carmelina Londoño deixou explícito seu repúdio às afirmações que sugerem o fortalecimento da Celac com o objetivo de “sepultar a OEA”, posição que, segundo seus critérios, constituiria “um grande erro” e uma “grande irresponsabilidade”.

“As gerações atuais e futuras de nossas nações exigirão o acervo doutrinário e a defesa dos direitos humanos e da democracia que a OEA tem, e viverão sempre na mesma vizinhança que os Estados Unidos e Canadá, a quem parece que alguns nesta organização querem virar as costas”, disse.

Nessa reunião de chanceleres da Celac, a Argentina conseguiu o consenso necessário para assumir a presidência pro tempore do bloco em 2022.

A Celac reúne mais de 30 países da América Latina e do Caribe - o Brasil a abandonou em 2020, considerando que o bloco apoia regimes antidemocráticos como os de Cuba, Venezuela e Nicarágua - e, segundo fontes argentinas, busca construir um espaço para um intercâmbio político, econômico, social e cultural que equilibre a unidade e a diversidade dos mais de 600 milhões de habitantes da região.

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