O governo colombiano estabeleceu um prazo até 31 de dezembro para as gestões do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na busca de um acordo humanitário que permita a libertação dos seqüestrados pela guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Chávez, que tenta mediar as negociações a pedido do presidente colombiano, Álvaro Uribe, diz que já recebeu autorização da Colômbia para um encontro com líderes das Farc. O governo colombiano exige, no entanto, a libertação de 45 reféns antes de liberar a realização da reunião.
- O presidente Uribe disse ao presidente Chávez que este processo de mediação deve ser limitado no tempo. Hoje, o governo acredita que o limite deve ser o mês de dezembro - disse o alto comissário presidencial colombiano para a paz, Luis Carlos Restrepo.
As Farc pretendem trocar os reféns por cerca de 500 guerrilheiros presos. Entre os seqüestrados estão a ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, que também tem nacionalidade francesa, além dos americanos Thomas Howes, Marc Gonsalves e Keith Stansell. Na segunda-feira, Chávez chegou a Paris, onde vai se reunir com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e discutir com ele o acordo humanitário entre o governo colombiano e as Farc.
O presidente venezuelano modificou sua agenda e não compareceu na manhã desta terça-feira a um encontro com empresários franceses. Em seu lugar, ministros atribuíram a ausência de Chávez à preparação da reunião que terá à tarde com Sarkozy, na qual o principal assunto deve ser a guerrilha colombiana.
Chávez não levou a Paris uma prova de que Ingrid Betancourt está viva, como pede a França. Ao desembarcar no país, ele disse acreditar que conseguirá a prova "em breve". A chegada de Chávez foi marcada por polêmica: ele foi criticado pela ONG Repórteres sem Fronteiras e por intelctuais que questionaram a restrição das liberdades na Venezuela.
Em agosto, o presidente colombiano pediu a Chávez que negociasse uma aproximação com as Farc. Desde então o presidente venezuelano insiste em se encontrar com líderes da guerrilha. O assessor presidencial colombiano acrescentou que Uribe pediu a Chávez que a possibilidade de uma reunião fosse "tratada em segredo, como ferramenta de negociação".
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