A Colômbia destituiu nesta quarta-feira (29) 27 militares do Exército, inclusive 3 generais, supostamente envolvidos em violações de direitos humanos, inclusive a desaparição de pessoas posteriormente identificadas como mortas em combate.
Trata-se do maior expurgo recente nas Forças Armadas colombianas, acusadas por entidades de direitos humanos de cometer abusos na sua luta contra a guerrilha esquerdista, esquadrões de direita e narcotráfico.
O caso que levou às destituições se relaciona com a desaparição de pelo menos 19 jovens num bairro operário da zona sul de Bogotá, que posteriormente apareceram mortos no Departamento de Norte de Santander, fronteira com a Venezuela.
As autoridades militares inicialmente informaram que as vítimas haviam morrido em combates com patrulhas do Exército e que faziam parte de grupos armados ilegais, formados por antigos paramilitares.
O presidente Álvaro Uribe admitiu que "pode haver integrantes das Forças Armadas envolvidos nos assassinatos".
Ao anunciar as destituições, ele disse que os militares não podem recorrer à "covardia para enfrentar aos delinqüentes", e que matar inocentes é uma "distorção da eficácia".
Nesta terça-feira (28), a Anistia Internacional pediu à comunidade internacional que suspenda a ajuda militar à Colômbia devido a violações aos direitos humanos. A ONG qualificou o expurgo como "um pequeno passo no longo caminho para encontrar a justiça para os milhares de colombianos vítimas de violações dos direitos humanos".
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