O Exército da Colômbia denunciou o que chamou de uma incursão de 15 membros da Guarda Nacional da Venezuela que teriam cruzado na sexta-feira (18) a fronteira de maneira ilegal, enquanto perseguiam um civil. As tropas venezuelanas supostamente dispararam contra o suspeito, enquanto o perseguiam em um veículo durante quase 1 quilômetro dentro do território colombiano, perto de uma aldeia rural na província de La Guajira. Quando o suspeito se refugiou em sua casa, os soldados queimaram a motocicleta em que ele havia fugido, antes de voltar ao outro lado da fronteira, afirmou o Exército colombiano em comunicado.
O incidente ocorre em um quadro de tensão entre os dois países, após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fechar os principais postos fronteiriços com a Colômbia e deportar 1.500 colombianos, acusando-os de contrabando e outros delitos.
As autoridades na Venezuela ainda não se pronunciaram a respeito. Mas nesta semana houve reações e Bogotá reclamou que aviões militares venezuelanos violaram seu espaço aéreo em duas ocasiões. O governo venezuelano afirmou que esses relatos colombianos eram infundados e tinham como objetivo aumentar a crise bilateral.
O Exército colombiano disse que enviou reforços ao povoado onde ocorreu o incidente e que notificaria a chancelaria, a fim de que seja apresentado um protesto formal.
Maduro e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, viajam na segunda-feira (21) para o Equador para sua primeira reunião desde o início da crise. Apesar disso, não há muitas esperanças de que a conversa sirva para reverter a decisão de Caracas de fechar boa parte da fronteira bilateral de 2.200 quilômetros.