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Conflito

Colômbia diz que Venezuela sabia de armas

O secretário-geral da OEA, Jose Miguel Insulza (à direita): “Na América Latina, ao menor problema os embaixadores são retirados” | Juan Carlos Ulate/Reuters
O secretário-geral da OEA, Jose Miguel Insulza (à direita): “Na América Latina, ao menor problema os embaixadores são retirados” (Foto: Juan Carlos Ulate/Reuters)
Veja que Chávez congela relações com a Colômbia após cobrança das Farc |

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Veja que Chávez congela relações com a Colômbia após cobrança das Farc

Bogotá - A Colômbia disse ontem que a Venezuela já havia sido informada "de maneira discreta" da apreensão de seus lança-foguetes com as Forças Armadas Revolu­­cio­­nárias da Colômbia (Farc) no último dia 2 de junho. A cobrança pública pelo episódio motivou o "congelamento’’ das relações anunciado ontem pelo presidente Hugo Chávez.

Já Caracas rejeitou mais uma vez ter fornecido os artefatos, fabricados na Suécia, e atribuiu a obtenção do armamento pelas Farc ao "transbordamento’’ do conflito colombiano para o outro lado da fronteira.

O vice-presidente Ramón Car­­rizález sugeriu que os lança-fo­­guetes foram obtidos pelo grupo em assaltos a postos militares venezuelanos. Ele citou uma ação específica, ocorrida em 1995 – os lança-foguetes foram comprados em 1988. "Quando ocorreu o caso (do ataque a um posto militar na cidade fronteiriça de) Cararabo, houve uma lista de equipamentos que se perderam, que inclui granadas, lança-foguetes.’’

"É preciso ser bem cínico e cara de pau para sair acusando o governo venezuelano por terem aparecido (com as Farc) umas granadas que possuíamos. O correto deveria ter sido nos informar se se encontrou algum material desse tipo para que tomássemos as providências necessárias’’, disse.

Em nota, Bogotá disse, porém, que a apreensão dos três AT-4 em outubro de 2008 só foi tornada pública nos últimos dias devido ao fato de a Venezuela "não ter da­­do resposta alguma" após informada.

O "comunicado" teria sido feito pelo chanceler colombiano, Jai­­me Bermúdez, ao homólogo ve­­nezuelano, Nicolás Maduro, na última cúpula da Organização dos Estados Americanos, em Hon­­duras.

Bermúdez teria avisado seu colega ainda da informação, dada por dois líderes das Farc, de que três altos funcionários venezuelanos estariam envolvidos no repasse das armas à guerrilha – contrariando a afirmação de Carrizález de que o material pode ter sido roubado.

OEA

O secretário-geral da Orga­­niza­­ção dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, fez ontem um apelo ao presidente Chávez para que não aplique medidas contra a Colômbia e recorra ao diálogo para resolver as diferenças. Insulza lamentou o fato de que, na América Latina, "ao menor problema os embaixadores são retirados".

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