Eleitores em um colégio de votação em Bogotá, neste domingo (19).| Foto: EFE/ Mauricio Dueñas Castañeda
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O atual presidente da Colômbia, Iván Duque, pediu aos eleitores "confiança nas instituições" de voto, neste domingo (19). A campanha de segundo turno das eleições presidenciais foi marcada por polêmicas envolvendo os candidatos Gustavo Petro e Rodolfo Hernández. Os dois fugiram de debates, trocaram acusações e declararam que foram ameaçados de morte.

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Duque votou assim que os colégios eleitorais abriram as portas para o segundo turno na mesa número 1, instalada no Capitólio Nacional, no centro de Bogotá. "Esta tem que ser uma festa da democracia com confiança nas instituições e com plena confiança no veredito do povo colombiano", disse o presidente.

Desde o primeiro turno, há três semanas, as pesquisas apontam para um empate técnico neste domingo. O esquerdista Petro tem 47,2% das intenções de voto, e o populista Hernández, 46,5%.

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Segundo turno reflete mudanças políticas na Colômbia

Os dois candidatos tiraram da disputa os principais partidos do país, o Liberal, o Conservador e Centro Democrático (que foi comandado pelo ex-presidente, Álvaro Uribe).

Hernández foi a grande surpresa das eleições, ao passar para o segundo turno, mesmo tendo obtido nas primeiras pesquisas uma intenção de votos de apenas 10%. Conhecido como "Trump colombiano", pela carreira como empresário e pelo discurso antissistema, o candidato populista propõe maior intervenção do Estado na economia, a construção de prisões no campo para desafogar o sistema carcerário e políticas de controle de drogas.

Se for eleito, Petro será o primeiro presidente de esquerda do país. Na campanha, ele promete reduzir as atividades extrativistas, mesmo que o principal produto de exportação do país seja o petróleo. Também propõe fazer reforma agrária e aumentar os impostos para os cidadãos mais ricos.

Segundo turno conflituoso

Nas últimas três semanas de campanha, os candidatos se enfrentaram através de polêmicas. Hernández chegou a anunciar que deixaria o país até o segundo turno, acusando a bancada adversária de ameaça de morte. Petro, por sua vez, também cancelou eventos dizendo que corria riscos. Mesmo com a determinação da Justiça sobre a obrigatoriedade de pelo menos um debate, nenhum encontro foi feito entre os dois candidatos.

Além disso, teve grande repercussão na imprensa colombiana e internacional o vazamento de vídeos de reuniões de assessores de Petro debatendo sobre como seria possível vencer as eleições. Conhecidos como "petrovídeos", os registros mostram participantes do encontro propondo fazer visitas a prisões para oferecer benefícios a criminosos. Os assessores também propunham incorporar prefeitos à campanha, o que é proibido no país. Petro disse que não existe irregularidade nos registros e acusou o atual governo pelo vazamento e por espionagem.

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Na última semana, o site Cambio Colômbia publicou um vídeo em que o Hernández aparece com várias mulheres de biquíni em um iate, em outubro do ano passado. Conforme a publicação, a festa teria sido financiada pela Pfizer, que tinha intenções de expandir o mercado no país. Apesar de não ser considerado ilegal, o vídeo contribuiu para a troca de acusações entre os adversários na reta final das eleições.