Imagem de abril deste ano mostra dissidentes das Farc em um acampamento na selva colombiana| Foto: EFE/Ernesto Guzmán
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O governo da Colômbia e o Estado-Maior Central (EMC), a principal dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), agora desarticulada, estabelecerão uma mesa de diálogo no próximo dia 8 de outubro na cidade de Tibu, na região de Catatumbo, quando também terá início um cessar-fogo bilateral que durará dez meses.

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A informação foi confirmada pelas delegações de ambos os lados nesta terça-feira (19) em entrevista coletiva na cidade de Suarez, no departamento de Cauca, onde as partes se estavam se reunindo desde domingo (17) para avançar na agenda de diálogo e estabelecer novos acordos como o de cessar-fogo, que durará "dez meses", confirmou Camilo Gonzalez, chefe da delegação de paz do governo colombiano com o EMC.

“Esse cessar-fogo tem um caráter transcendental, é um salto histórico porque nunca houve um com essas características e duração na história dos diálogos de paz na Colômbia", acrescentou González.

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"A paz não é apenas assinar um documento, não é apenas chegar a uma declaração política ou pública, a paz é poder viver pacificamente nos territórios onde os efeitos da guerra são mais significativos", acrescentou o chefe da delegação do EMC, Andrey Avendaño.

Tibú, localizada no departamento do norte de Santander, é uma das áreas mais afetadas pelo conflito, com a presença não apenas de dissidentes das Farc, mas também do Exército de Libertação Nacional (ELN) e outros grupos armados e criminosos.

“Será um cessar-fogo bilateral, temporário e territorial, e será baseado na aplicação de protocolos de proteção", especificou González.

No início do ano, o governo e o EMC acertaram um cessar-fogo bilateral que duraria até junho, mas que não foi isento de problemas. Na verdade, ele foi parcialmente rompido em maio - antes que o período de seis meses tivesse expirado - em quatro departamentos, que são estados colombianos, depois que dissidentes mataram quatro menores indígenas que haviam recrutado anteriormente.

Esse não foi o único confronto entre os dois lados. A instalação da mesa de diálogo estava programada para maio, conforme anunciou o grupo guerrilheiro em um macroevento no qual exibiu sua força, mas ela acabou sendo adiada.

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Esses dois anúncios foram feitos depois de meses de expectativa em que ambas as delegações insistiram em um bom relacionamento e em um desejo de paz que nem sempre coincidia com as ações, especialmente da guerrilha.

Nas últimas semanas, o EMC, comandado por "Iván Mordisco" e que tem cerca de 3 mil membros, foi duramente criticado pelo aumento das ações ofensivas em departamentos como Cauca, onde aterrorizou comunidades inteiras ou atacou delegacias de polícia.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]