O governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN), o segundo maior grupo guerrilheiro do país, anunciaram nesta quarta-feira (30) o início formal de um processo de paz, em mais um passo para tentar pôr fim a meio século de conflito armado. As negociações ocorrerão no Brasil, Equador, Venezuela, Chile e Cuba — que junto com a Noruega têm o objetivo de garantir o processo de paz.
As partes decidiram “instalar uma mesa pública de negociações para abordar os pontos que são estabelecidos na agenda, com o objetivo de assinar um acordo final para terminar com o conflito armado e acordar transformações em busca de uma Colômbia em paz e equidade”, afirmou uma declaração lida pelos chefes das delegações Frank Pearl, por parte do governo, e Antonio García, pela ELN.
O anúncio foi feito a partir da sede do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, em Caracas, e acontece em meio a baixos índices de aprovação do presidente Juan Manuel Santos e após as negociações com as Farc emperrarem quando já estavam perto de um acordo final, fazendo com que o prazo fosse prorrogado. Pearl afirmou que as negociações com o ELN ocorrerão no Equador, mas alguns meios de comunicação afirmaram que poderiam ocorrer também em alguns dos países observadores, entre eles o Brasil.
Diálogos começaram há dois anos
O governo colombiano mantém desde janeiro de 2014 conversas preliminares com o ELN visando a uma negociação formal e similar à que está em andamento há mais de três anos em Cuba com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o maior grupo rebelde do país. De acordo com a mídia colombiana, um desses encontros ocorreu no Brasil.
Fundado em 1964 sob influência da revolução cubana, o ELN conta atualmente com 1.500 combatentes, segundo cifras oficiais.
O conflito colombiano, que começou com um levante camponês nos anos 1960, foi protagonizado, em mais de 50 anos, por guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e forças pública, e deixou 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,8 milhões de deslocados.
Pontos do acordo
A agenda de negociações tem seis pontos: participação da sociedade na construção da paz; democracia para a paz; transformações; vítimas; fim do conflito armado; e implementação.
Esta será também a ordem dos diálogos. Os planos contemplam também uma possível coordenação com a mesa de negociações das Farc, que funciona há três meses em Havana.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Teólogo pró-Lula sugere que igrejas agradeçam a Deus pelo “livramento do golpe”
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”