O governo da Colômbia e a guerrilha de esquerda Farc fecharam um acordo para iniciar uma negociação de paz durante um encontro em Cuba, informou nesta segunda-feira (27) a emissora de TV regional Telesur. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, conhecidas como Farc, desafiam seguidos governos há quase meio século.

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O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, confirmou a aproximação para iniciar diálogos de paz com as Farc e assinalou que o Exército de Libertação Nacional (ELN) também pode fazer parte deste processo.

Santos fez estas declarações em um breve discurso por rádio e televisão na qual assinalou que "qualquer processo tem que levar ao fim do conflito e não a seu prolongamento. Ele detalhou ainda que a aproximação de seu governo com as Farc se baseará em três princípios.

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O primeiro deles é que se deve aprender "com os erros do passado para não repeti-los"; em segundo lugar que "qualquer processo tem que levar ao fim do conflito, não a seu prolongamento". E o terceiro, que as forças de segurança do Estado "manterão as operações e a presença militar sobre cada centímetro do território nacional".

O chefe de Estado colombiano acrescentou que o país deve confiar plenamente que seu governo "está agindo com prudência, seriedade e firmeza, priorizando sempre o bem-estar e a tranquilidade de todos os habitantes de nosso país". Lembrou que desde que iniciou seu governo, em agosto de 2010, "cumpriu com a obrigação constitucional de buscar a paz" e que dela fazem parte o desenvolvimento das conversas com as Farc para tentar pôr fim ao conflito armado que castiga o país há quase meio século. Santos não revelou os lugares nem as datas nas quais aconteceram ditos diálogos.

Pacto

Há meses existem rumores de que um acordo entre o governo e as Farc está em andamento. O ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, tem usado bastante o Twitter para detalhar as negociações.

Segundo o diretor de Informação da "Telesur", o jornalista colombiano Jorge Enrique Botero, o início formal dos diálogos acontecerá na cidade de Oslo, de onde os representantes das partes "irão novamente a Havana".

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Na capital cubana, eles vão "negociar com a intenção de não ir embora até assinar um pacto de paz que ponha fim a mais de 50 anos de conflito", disse Botero, que acrescentou que o processo começou a ser formulado em maio na capital cubana.

Processo

Segundo a "Telesur", o processo começou a ser elaborado em maio, quando as duas partes iniciaram conversas secretas em Cuba com apoio dos governos de Cuba, Venezuela e Noruega. A emissora informou que a delegação do governo colombiano foi composta pelo conselheiro de Segurança, Sergio Jaramillo; o ministro do Meio Ambiente, Frank Pearl, e Enrique Santos, irmão do presidente.

Por parte das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), guerrilha que há mais tempo está em atividade na América Latina, estiveram o comandante Mauricio, conhecido como "O Médico", que sucedeu o assassinado Jorge Briceño "Mono Jojoy", assim como "Rodrigo Granda", "Marcos Calarcá" e "Andrés Paris".

O ex-presidente Álvaro Uribe fez menção a estes diálogos há mais de uma semana, e desde então vários ministros negaram conhecer detalhes a respeito e lembraram que Santos, como reiterou desde o início de seu governo, em 2010, é quem tem "a chave da paz".

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Santos insistiu que usaria essa chave quando houvesse as condições, enquanto por parte da guerrilha ultimamente se cogitou a possibilidade de uma saída negociada ao conflito que não contemplaria "cair de joelhos".