Após reunião em Cartagena, as chanceleres da Colômbia, María Ángela Holguín, e da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciaram nesta quarta (26) que os dois governos desenvolverão um plano conjunto para a segurança na fronteira.
Um acordo para a reabertura dos postos fronteiriços -- o anúncio mais aguardado do encontro --, contudo, não foi alcançado pelas duas representantes.
Na última semana, o governo de Nicolás Maduro fechou a fronteira, decretou Estado de exceção na região de divisa e deportou mais de 1.000 colombianos que viviam na Venezuela.
Segundo as ministras, as pastas de Defesa dos países vão se reunir nos próximos dias para elaborar um plano conjunto para a segurança da região de divisa.
Holguín resumiu a reunião com Rodríguez como “positiva, franca e realista”, na qual foram discutidos problemas que “afetam igualmente os dois países”, como o narcotráfico, o contrabando e o controle do câmbio na Venezuela.
A colombiana disse que seu país espera uma proposta de Caracas para combater o contrabando de combustível -- produto fortemente subsidiado na Venezuela.
Rodríguez, por sua vez, disse que Caracas encontrou na lei do país vizinho “instrumentos jurídicos que facilitam o contrabando de produtos venezuelanos à Colômbia”.
O governo Maduro diz que a deportação e o fechamento da fronteira são uma resposta ao ataque que feriu três militares na fronteira na última quinta (20). No entanto, entre analistas, as ações são vistas como manobra política do presidente para se fortalecer antes das eleições parlamentares de 6 de dezembro.
acordos `produtivos’
Dos dois lados da fronteira, as declarações nesta quarta tiveram um tom um pouco mais conciliador. “Devemos restituir uma fronteira que seja produtiva, que tenha como base o trabalho”, afirmou Maduro, dizendo esperar acordos “produtivos” com Bogotá.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse “respeitar” o modelo econômico da Venezuela e que não lhe interessa o confronto com Caracas. Ele, porém, ressaltou que “os problemas da Venezuela nascem na Venezuela, não na Colômbia ou em outras partes do mundo”.
À tarde, Santos visitou o lado colombiano da fronteira e falou com os deportados pelo governo Maduro: “Este governo, sim, os quer e os escuta”.
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