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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, a vice Delcy Rodriguez e comandantes das forças armadas em reunião com o Conselho de Defesa Nacional no Palácio de Miraflores, em Caracas, 9 de setembro de 2019
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, a vice Delcy Rodriguez e comandantes das forças armadas em reunião com o Conselho de Defesa Nacional no Palácio de Miraflores, em Caracas, 9 de setembro de 2019| Foto: Palácio de Miraflores / AFP

O governo colombiano declarou "alerta máximo" por causa dos exercícios militares que serão realizados pelo Exército venezuelano na fronteira entre os dois países a partir da quarta-feira (11), por ordem do ditador Nicolás Maduro. O conselheiro presidencial para Direitos Humanos e Assuntos Internacionais da Colômbia, Francisco Barbosa, disse que a Colômbia interpretou a ação como uma "provocação" de Maduro. Barbosa disse ainda que as autoridades colombianas estão "comprometidas com o país" e "vigiando atentamente o que está acontecendo".

Segundo Barbosa, a Colômbia não entrará na "histeria" do chavismo, que faz esse tipo de anúncio militar sempre que precisa ganhar apoio internamente.

Maduro determinou a realização dos exercícios militares na semana passada. Na ocasião, o líder chavista afirmou que mandaria instalar sistema de mísseis na fronteira com a Colômbia. Mais de 3 mil soldados foram enviados para a região, segundo o governo chavista. Os exercícios devem continuar até 28 de setembro.

Após o anúncio, Duque afirmou que Maduro deve deixar as bravatas de lado e se preocupar em alimentar a população venezuelana. Além disso, Barbosa lembrou que Duque denunciará na Assembleia-Geral da ONU, realizada no fim deste mês, que Maduro dá proteção a grupos armados ilegais, como o Exército de Libertação Nacional (ELN).

Espionagem

Na madrugada desta terça-feira, Maduro voltou a acusar a Colômbia de espionagem sem apresentar provas. "Nos últimos três meses tentaram, a partir da Inteligência do governo colombiano, cooptar suboficiais e oficiais venezuelanos para afetar nosso sistema de radares, sistema de defesa aérea e seus aviões, sistema de defesa antiaérea e o sistema de mísseis" afirmou Maduro.

"Felizmente, os serviços de inteligência e o moral entre os nossos soldados pode deter e afastar estas pretensões de penetrar a capacidade de defesa da Venezuela", acrescentou Maduro, após reunir o gabinete e o alto comando militar.

No final de agosto, Duque acusou o governo Maduro de "abrigar" e "apoiar" dissidentes da extinta guerrilha das Farc.

Tratado de Defesa na OEA

Na noite de segunda-feira, o departamento americano de Estado informou que os EUA e outros países da região invocarão o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) de defesa diante da crise na Venezuela.

"Onze países, incluindo os Estados Unidos e o governo interino de Juan Guaidó estão pedindo a invocação do Tratado do Rio para confrontar a crise que Maduro provocou".

O TIAR é um acordo regional de defesa militar mútua que fornece base legal para eventual intervenção externa. O acordo é integrado por Brasil, Argentina, Bahamas, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Trinidad e Tobago, Uruguai e Cuba.

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