O regime comunista de Cuba convocou o embaixador da Colômbia nesta sexta-feira (7) para prestar esclarecimentos após o governo colombiano expulsar do país, no dia anterior, um diplomata cubano, em meio a uma onda de protestos violentos no país sul-americano.
Na quinta-feira, o Ministério de Relações Exteriores da Colômbia acusou Omar Rafael García Lazo, primeiro secretário da embaixada de Cuba em Bogotá, de realizar "atividades incompatíveis" com as regras de relações diplomáticas da Convenção de Viena, sem dar mais detalhes. García Lazo foi considerado persona non grata e foi obrigado a deixar a Colômbia em poucos dias.
Uma autoridade de Cuba disse que o embaixador da Colômbia em Havana foi convocado para uma reunião na qual receberá "uma queixa verbal e enérgica" contra a decisão do governo colombiano.
"A ação injustificada tem o objetivo de desviar a atenção da comunidade internacional e da sociedade colombiana da repressão violenta de manifestantes por forças militares e da polícia que mataram dúzias e feriram centenas de pessoas", acusou o Ministério de Relações Exteriores de Cuba em rede social.
A mídia estatal de Cuba tem dado grande atenção aos protestos na Colômbia, que já duram dez dias e cujo estopim foi uma proposta de aumento de impostos do governo de Iván Duque. O regime cubano também enfrenta uma nova onda de protestos da dissidência no país, que tem recebido apoio internacional.
O presidente colombiano Iván Duque arquivou a proposta de reforma tributária que foi o estopim dos protestos e está relacionando os tumultos a ações de gangues e organizações terroristas como o ELN e dissidentes das Farc.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch relatou, na quinta-feira, 37 homicídios supostamente cometidos pela polícia, 11 vítimas de violência sexual, 234 vítimas de violência física e 934 detenções arbitrárias contra manifestantes na Colômbia. As autoridades do país falam que 26 civis foram mortos desde 28 de abril, quando os protestos começaram.
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