A Colômbia advertiu nesta terça-feira que não irá desistir de localizar e resgatar 11 policiais e militares sequestrados pela guerrilha Farc, apesar dos apelos em contrário das famílias, que temem um desenlace fatal, como ocorreu com quatro reféns assassinados no fim de semana pelos rebeldes.

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Alguns militares e policiais estão há mais de uma década em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Nesta terça-feira (29), a guerrilha revelou que, antes da tentativa de resgate no fim de semana, havia tomado a decisão de libertar 6 dos 11 reféns.

"É um dever da Força Pública estar sempre na dependência de proteger a vida, os direitos e as liberdades dos cidadãos, então será sempre necessário atuar com esse objetivo", disse o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, durante o velório dos três policiais e um militar assassinados.

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A morte dos reféns durante a tentativa de resgate na Amazônia colombiana foi o mais duro golpe imposto pelas Farc ao governo desde a morte do comandante rebelde Alfonso Cano, ocorrida no começo do mês num confronto com o exército.

As Farc foram dizimadas nos últimos anos pela morte de diversos comandantes e por deserções em massa. A guerrilha diz manter a sua ordem de assassinar os reféns caso o governo tente resgatá-los. Os militares e policiais são mantidos em cativeiro para serem usados como moeda de troca numa eventual negociação.

Um policial que passou quase 12 anos sequestrado sobreviveu porque saiu correndo e se escondeu na selva no momento do confronto entre guerrilheiros e soldados.

Operação

O grupo rebelde disse que, antes da operação militar, havia tomado a decisão de soltar seis reféns, mas a identidade deles e a data que em a libertação ocorreria não foram divulgados.

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"Essa foi a determinação do comandante Alfonso Cano dias antes de ser assassinado pelo regime belicoso e sanguinário", disseram as Farc em carta enviada a diversos ativistas da paz, incluindo a ex-senadora Piedad Córdoba.

No passado, as Farc já entregaram vários reféns a Córdoba. Ela disse que recebeu a carta horas antes da morte dos quatro reféns. Não está claro, por enquanto, se a guerrilha manterá a intenção de liberar seis sequestrados.

Segundo analistas, as Farc costumam libertar unilateralmente reféns, de tempos em tempos, para melhorar sua imagem em nível doméstico e internacional, e para obter visibilidade política.

Apesar do seu enfraquecimento nos últimos anos, as Farc disseram que manterão sua luta armada pela implantação do comunismo na Colômbia, agora sob o comando de Timoleón Jiménez, o "Timochenko".

O grupo não descarta a possibilidade de uma negociação de paz com o governo, mas analistas dizem que essa perspectiva fica mais distante depois da morte dos reféns no fim de semana.

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