Soldados colombianos mataram ontem 33 membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em uma região produtora de petróleo perto da fronteira com a Venezuela, em um dos mais duros golpes contra o grupo guerrilheiro em mais de um ano.
O ataque por tropas terrestres com apoio aéreo foi realizado quando combatentes das Farc se localizavam na região de planícies do norte de Arauca, afirmou o governo.
A operação, liderada pela Força-Tarefa Quiron, faz parte de uma nova estratégia do Ministério da Defesa para combater as guerrilhas, destruindo unidades militares e financeiras importantes dos rebeldes, assim como perseguindo e matando seus líderes.
"Estamos olhando para as unidades (das Farc) que causaram o maior dano ao país", disse o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, durante entrevista coletiva. "Esses são alvos substanciais e permanentes."
Pinzón se comprometeu a manter a luta contra as Farc e outro grupo guerrilheiro do país, o Exército de Libertação Nacional (ELN), além da busca por traficantes de drogas e gangues do crime que surgiram de grupos paramilitares desmobilizados.
Cinquenta e um combatentes das Farc foram capturados ou mortos nas últimas 24 horas, como parte da nova estratégia, afirmou Pinzón. Os Estados Unidos pediram a extradição de um dos combatentes capturados acusado de tráfico de drogas, disse ele.
As tropas governamentais atacaram as Farc incansavelmente na última década. A ofensiva reduziu pela metade a força de combate das Farc para cerca de 8 mil e matou vários de seus principais comandantes.
Ainda assim, as Farc continuam atuantes, atacando cidades e locais de produção de petróleo, e procurando atrapalhar setores-chave como mineração e energia.
Reféns
Apesar da morte dos guerrilheiros, as Farc começarão segunda-feira a liberação dos 10 reféns que ainda mantêm sequestrados, de acordo com anúncio feito ontem pela senadora Piedad Córdoba. "A decisão foi tomada e temos um compromisso por parte das Farc. Sabemos que estamos entregando os reféns em meio a uma guerra e esperamos que não aconteça nada", afirmou a ex-senadora, uma das mediadoras da liberação dos prisioneiros da guerrilha.
Córdoba também disse que o governo colombiano se comprometeu a não fazer combates nem operações militares na região da entrega dos sequestrados.