Colômbia, México e sete países da América Central pediram na terça-feira aos Estados Unidos e demais nações com elevado consumo de drogas que tenham coerência na luta contra o narcotráfico, um dos temas da 12a Cúpula do Mecanismo de Diálogo e Acordo de Tuxtla.
O crime organizado e as mudanças climáticas foram os dois temas do evento, realizado em Cartagena, cidade histórica no Caribe colombiano. Participaram presidentes ou delegados de Colômbia, México, Costa Rica, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Panamá e República Dominicana.
Os participantes mostraram preocupação com o referendo que será realizado na semana que vem na Califórnia a respeito da legalização do uso recreativo da maconha - posição à qual o governo federal dos EUA se opõe.
"Há uma contradição evidente, um paradoxo evidente, que torna difícil que esse enfoque global de uma política coordenada de luta contra o narcotráfico seja efetivo, porque entra em contradições de fundo", disse o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, no encerramento do evento.
"Se esse referendo for aprovado, então temos de reavaliar a política global da luta contra as drogas, porque contradições como essas dificultam e debilitam a luta contra um fenômeno que já nos causou tanto dano", afirmou Santos.
Seu colega mexicano, Felipe Calderón, apontou uma incoerência no referendo da Califórnia. "Não se pode criminalizar e legalizar ao mesmo tempo. Uma coisa ou outra, e as repercussões que um eventual plebiscito dessa natureza podem ter são múltiplas: primeiro, a incoerência que representa em nível internacional."
Desde que tomou posse, no final de 2006, Calderón mobilizou as Forças Armadas para combater os cartéis de drogas.
Milhares de pessoas já morreram por causa da violência associada às drogas depois disso. Ele disse que o consumo de drogas nos EUA é a causa do problema.
"Acho importante que as nações consumidoras, como propomos, ofereçam com toda clareza ter uma só política consistente. Não se podem esperar resultados eficazes com uma política de criminalização, e por outro lado com uma política aberta ou velada de legalização," insistiu.