Colômbia, México e Chile se juntaram nesta quarta-feira (10) ao coro de países latino-americanos que pediram explicações aos Estados Unidos devido a uma suposta espionagem de aliados e críticos na região por meio de seus programas de vigilância secreta.

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Os três governos são considerados aliados da Casa Branca na América Latina, onde, na última década, líderes esquerdistas, muitos deles adversários de Washington, chegaram ao poder.

Em Bogotá, o Ministério das Relações Exteriores disse que vê com "preocupação" a informação sobre a existência de um programa não-autorizado de interceptação de dados e de comunicações pessoais na Colômbia pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês).

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"Ao rejeitar os atos de espionagem que violam o direito à privacidade dos indivíduos e as convenções internacionais em matéria de telecomunicações, a Colômbia pedirá ao governo dos Estados Unidos da América, através de seu embaixador na Colômbia, as explicações correspondentes", afirmou.

O jornal brasileiro "O Globo" afirmou na terça-feira que a NSA realizou atividades de espionagem, priorizando Colômbia, Brasil e México. Mas as atividades de vigilância também atingiram Argentina, Equador, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Paraguai, Chile, Peru e El Salvador, de acordo com o jornal.

Citando documentos vazados por Edward Snowden, o ex-funcionário da NSA, o jornal disse que os programas da agência foram além das questões militares na região, envolvendo o que ele chamou de "segredos comerciais", incluindo questões sobre petróleo e energia.

O México, que compartilha uma longa fronteira e tem uma relação profunda com os Estados Unidos, pediu esclarecimentos sobre as acusações a Washington, disse uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores.

"O governo mexicano reiterou ao governo dos Estados Unidos, através dos canais diplomáticos, a exigência de informações amplas sobre o assunto", disse o funcionário, sob condição de anonimato.

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O governo chileno rejeitou a violação da privacidade das redes de comunicações e condenou as práticas de espionagem.

"Sem prejuízo de que se procurará verificar a autenticidade de tais informações, em cujo caso se solicitarão as explicações apropriadas, o Chile não pode senão condenar com firmeza e categoricamente as práticas de espionagem, seja qual for sua origem, natureza e objetivos", disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se disse surpreendida na terça-feira com as revelações de espionagem e instou seus colegas do Mercosul a pedir explicações e a emitir uma forte declaração em reunião prevista para sexta-feira.

O presidente do Peru, Ollanta Humala, também se declarou preocupado. O governo brasileiro, que criou uma equipe de trabalho de vários ministérios para investigar o caso, pediu explicações ao embaixador norte-americano em Brasília.

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