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Colômbia: preocupações econômicas dominam campanha presidencial

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que está deixando o governo após oito anos, tem recebido muitos elogios e está com a popularidade em alta por conta de suas vitórias contra narcotraficantes e guerrilhas marxistas. Mas, com os colombianos indo às urnas para o primeiro turno das eleições presidenciais no domingo, muitos acreditam que a economia agora precisa estar no centro das atenções. As pesquisas de opinião indicam que deve haver segundo turno.

O sucessor de Uribe vai enfrentar o desafio de transformar os ganhos em segurança em um progresso econômico mais rápido, mesmo com os economistas avisando que o governo precisa cortar gastos para frear um crescente déficit no orçamento.

A melhora na segurança, combinada com as políticas pró-mercado de Uribe, levaram a um boom de investimentos, com empresas estrangeiras de petróleo e mineração voltando para o país do qual elas haviam saído por causa do conflito.

Porém, o desemprego e a pobreza permanecem altos. Mais de 45% da população vive com menos de US$ 5 por dia. Essas questões têm estado em foco na campanha presidencial, substituindo preocupações tradicionais dos eleitores, como segurança e a guerra contra o tráfico de drogas.

A economia da Colômbia, enquanto se recupera de uma leve recessão no final do ano passado, deve crescer cerca de 3% em 2010, ficando atrás da maioria dos países da América Latina.

O setor de exportação, essencial para o crescimento econômico da Colômbia, tem sofrido por conta de brigas entre Bogotá e importantes parceiros comerciais, incluindo a Venezuela. Os investimentos que têm se dirigido para a Colômbia têm fortalecido o peso e tornado as exportações menos competitivas.

Os dois adversários principais estão prometendo continuar a fazer da Colômbia um ímã de investimentos internacionais e manter as políticas pró-mercado de Uribe. Mas eles têm divergido sobre o uso dos impostos para cobrir o buraco no orçamento e como criar empregos.

Juan Manuel Santos, herdeiro político de Uribe e seu ex-ministro de Defesa, tem prometido evitar aumento de impostos e diz que investimentos privados vão liderar a criação de empregos. O ex-prefeito de Bogotá, Antanas Mockus, que é matemático e ex-reitor de universidade, quer aumentar os impostos para pagar pela educação e financiar pesquisas de ciência e tecnologia.

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Leia a seguir, dados sobre os dois principais candidatos a presidência da Colômbia.

Juan Manuel Santos

- Como ministro da Defesa de Uribe, esteve à frente de ações que levaram à morte de vários comandantes da guerrilha Farc e à libertação de reféns importantes, como a ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt.

- Administrador e economista, 58 anos, formado nos EUA e na Grã-Bretanha, Santos tem ampla experiência política. Já foi ministro de Comércio Exterior e Fazenda em governos anteriores, e virou candidato do Partido da U porque o popular Uribe não pode disputar um terceiro mandato.

- Embora jamais tenha vencido uma eleição, é considerado um político que se preparou para ser presidente. Ele é membro de uma família aristocrática, que já produziu um presidente e que durante anos foi proprietária do influente jornal El Tiempo.

- É considerado herdeiro político de Uribe. Se eleito, deve fazer um governo de continuidade, mas com maior ênfase em temas sociais, como combate à pobreza e o desemprego.

Antanas Mockus

- Político, filósofo e matemático de família lituana, foi duas vezes prefeito de Bogotá. No primeiro mandato, em 1995, saneou as finanças da capital e fez programas para melhorar o tráfego e a convivência no trânsito.

- Em 1997, renunciou à prefeitura para disputar a presidência, mas acabou saindo como vice de Noemí Sanín. Voltou a ser prefeito entre 2001 e 2003.

- Na eleição de 2006, o seu movimento "Visionários com Antanas" não elegeu nenhum deputado. No mesmo ano, disputou a Presidência pela Aliança Social Indígena.

- Esse acadêmico de 58 anos é lembrado por suas excentricidades, como se casar em um circo e baixar as calças num auditório cheio de estudantes. Ele agora é candidato pelo Partido Verde, depois de ganhar uma consulta interna em que derrotou dois outros ex-prefeitos de Bogotá, Luis Eduardo Garzón e Enrique Peñalosa.

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