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Onda de protestos

Colômbia tem atos violentos, incêndios e toque de recolher em dia de greve nacional

Manifestantes colocam fogo na sede da prefeitura de Bogotá, Colômbia, em dia de greve geral e protestos, 21 de novembro (Foto: RAUL ARBOLEDA / AFP)

Colombianos insatisfeitos com o governo do presidente Iván Duque saíram às ruas do país nesta quinta-feira (21) com uma longa lista de queixas. As principais reivindicações são melhorias na política de aposentadorias e salários, além do cumprimento de acordos entre governo e estudantes. A greve nacional foi convocada por grupos diversos - estudantes, professores, sindicatos, indígenas, ambientalistas e partidos de oposição.

Embora as marchas tenham começado de maneira pacífica, houve distúrbios em cidades como Bogotá, Medelín e Cali. Pelo menos 42 pessoas foram atendidas em hospitais, segundo o general Óscar Atehortua, diretor da Polícia Nacional, por "inalação de gases e por lesões e contusões". Ele disse ainda que 37 policiais ficaram feridos.

Em Bogotá, houve confronto entre manifestantes encapuzados e a polícia na Plaza de Bolívar, no centro histórico da capital, em tentativa de invadir o congresso e a prefeitura. Vândalos atacaram o edifício do Congresso da República, arremessando objetos contra as pessoas que estavam em seu interior, segundo o jornal El Tiempo. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e manifestantes encapuzados arremessaram pedras contra as autoridades.

Houve tentativa de invadir a sede da prefeitura de Bogotá. Alguns manifestantes conseguiram provocar um incêndio no local.

Os manifestantes foram dispersados da Plaza de Bolíviar, mas os distúrbios continuaram em outras áreas da capital.

O prefeito de Cali, terceira maior cidade colombiana, decretou um toque de recolher a partir das 19 horas até as 6 horas da manhã de sexta-feira; quem estiver nas ruas nesse horário poderá ser detido pelas autoridades. Maurice Armitage informou pelo Twitter que a medida foi tomada diante "dos atos violentos que envolveram a greve nacional".

No início da semana, o ministro do Interior havia publicado um decreto autorizando os municípios do país a decretar toque de recolher, reduzir a mobilidade em espaços públicos e aplicar a lei seca, devido às manifestações.

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Onda de protestos na região

Os analistas são céticos sobre a possibilidade de que o protesto possa gerar uma agitação prolongada como ocorrido recentemente em Bolívia, Chile e Equador. Eles destacam a ausência de fatores que unifiquem um país dividido e com um dos desempenhos econômicos mais sólidos da região. "Não estamos em um clima de pré-insurreição", disse Yann Basset, professor da Universidade do Rosario, em Bogotá. "Não sei se há realmente um rechaço ao sistema político em geral".

Duque tem um índice de aprovação modesto, de 26%. Ele está em uma campanha para tentar se aproximar da população e negar informações incorretas das redes sociais, como a de que ele teria proposto elevar a idade da aposentadoria e reduzir os salários dos trabalhadores mais jovens. "Eu não venho falar de um jardim de rosas", disse em entrevista a uma rádio. "Estou falando de um país que está em recuperação, uma economia que está melhorando, que se mostra hoje entre as melhores da América Latina".

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