A Colômbia redesenhou sua estratégia de guerra contra a guerrilha esquerdista, incluindo as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), para priorizar o combate frontal a suas estruturas militares e econômicas sem descuidar da captura ou morte de seus líderes máximos, disseram fontes de segurança vinculadas ao plano. A nova estratégia inclui ao menos 20 aspectos em temas militares, logísticos, de inteligência e jurídicos com o objetivo específico de desarticular as frentes encarregadas das ações ofensivas das Farc.
Antes, a prioridade era fundamentalmente a morte ou captura dos líderes, mas agora se põe em um mesmo nível a desarticulação das estruturas que sustentam o grupo, assim como dos comandantes médios, que antes não eram considerados vitais. "O centro de gravidade estratégico das Farc não são seus líderes máximos, são suas estruturas e as chefias intermediárias", disse um oficial do Exército que participou da chamada Comissão de Revisão Estratégica Integral (Crei), ao justificar a importância de combater as finanças e as estruturas bélicas do grupo rebelde ativo mais antigo da América Latina. De acordo com várias fontes militares consultadas, a estratégia, financiada majoritariamente com verba colombiana, combaterá a origem do sustento econômico desses grupos, como o narcotráfico, a extorsão, o roubo de gado e a mineração ilegal, de onde a guerrilha obtém os recursos milionários para manter um exército de 8 mil combatentes. "Morreu Mono Jojoy e não aconteceu nada, as Farc seguiram; morreu Cano e também não aconteceu nada", disse o mesmo oficial referindo-se às mortes de Víctor Julio Suárez e Alfonso Cano, os dois mais importantes e emblemáticos comandantes dessa guerrilha, em operações militares em 2010 e 2011. A estratégia conseguiu na terça-feira sua primeira vitória, quando a Força de Tara Omega, que conta com 25 mil combatentes, acabou com a vida de Guillermo Bolívar Córdoba, conhecido como Dumar, comandante de uma frente rebelde que operava no departamento de Meta, durante um enfrentamento.