Depois do Chile e do México (este sem condenar abertamente o regime sandinista) oferecerem cidadania a opositores perseguidos pelo ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, outro governo de esquerda latino-americano tomou a mesma medida.
O governo da Colômbia repudiou nesta quinta-feira (23) “os procedimentos ditatoriais” da Nicarágua, que retirou a nacionalidade de 317 pessoas, e pediu à presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Mirjana Spoljaric, que solicite autorização para visitar os que ainda estão detidos e não foram para o exílio.
“A Colômbia, que nas últimas décadas lutou incansavelmente para alcançar a paz, muito mais agora que pretende ser uma potência mundial da vida, rechaça os procedimentos ditatoriais daqueles que fazem lembrar os piores momentos da ditadura de Atanasio (sic) Somoza, que os sandinistas conseguiram superar”, declarou a chancelaria colombiana em comunicado.
Nas últimas semanas, 317 nicaraguenses tiveram retiradas as suas nacionalidades, entre eles o bispo Rolando Álvarez, condenado a mais de 26 anos de prisão por se recusar a ser exilado pelo regime de Ortega junto com os 222 presos políticos libertados e expulsos para os Estados Unidos em 9 de fevereiro.
Em uma nova lista de 94 nicaraguenses declarados apátridas, anunciada na quarta-feira (22), também estão os escritores Sergio Ramírez e Gioconda Belli, além do ex-comandante da revolução Luis Carrión.
Por sua vez, o governo colombiano expressou sua “repulsa” pelas “medidas tomadas arbitrariamente” por Ortega contra pessoas “cujo único crime foi defender a democracia, o direito à crítica e os direitos humanos universais”.
Por essa razão, em seu comunicado, o governo de Gustavo Petro solicitou a visita de Spoljaric porque “o direito internacional humanitário os cobre”.
Finalmente, o governo colombiano ressaltou que “busca entrar em contato com aqueles que, abusados pelo poder intolerante da Nicarágua, querem obter a nacionalidade colombiana”, como aconteceu com o escritor Sergio Ramírez esta semana em Madri.
No Twitter, o chanceler Alvaro Leyva Durán escreveu que ofereceu a nacionalidade colombiana a Ramírez e “na frente de sua esposa, Gertrudis Guerrero Mayorga, do ex-presidente e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Juan Manuel Santos, e do ex-presidente do governo da Espanha, Felipe González”. “Emocionado, Ramírez aceitou com gratidão. A Colômbia livre e democrática os abraça e lhes dá as boas-vindas à sua segunda pátria”, disse o ministro.
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